Sinais, Sorrisos e Confusões
Lívia
Acordei com aquele tipo de luz de uma noite bem vivida sabe oferecer: suave, dourada, quase cúmplice. Ainda estava com os olhos meio fechados, mas senti o calor do corpo de Heitor ao meu lado. O peito dele subia e descia em um ritmo tão tranquilo que dava vontade de morar ali. E por alguns segundos, desejei isso mais do que deveria.
Levantei sem fazer barulho. Vesti o robe de seda, amarrei com calma e fui para a cozinha. Precisava organizar meus pensamentos — e nada melhor que café e silêncio pra isso.
Enquanto a água fervia, me peguei sorrindo. Sozinha. Feito boba. Repetindo mentalmente cada palavra, cada toque, cada gemido da noite anterior. Foi intenso. Quente. Mas também foi diferente. Tinha emoção, não só tesão.
— Se continuar sorrindo assim pro nada, vou ter que investigar o que esse café tem de especial.
A voz dele, ainda rouca de sono, me arrepiou inteira. Virei devagar, sem esconder o sorriso.
— Você devia estar dormindo, Castellan.
— A cama