Confrontos, Verdades e Planos

Felipe

O clima no apartamento de Heitor era denso como uma tempestade prestes a cair. Toquei a campainha e, mesmo sem resposta, insisti. Depois de alguns segundos, a porta se abriu. Heitor estava de moletom, o rosto abatido, os olhos vermelhos e fundos como se não dormisse há dias. Ele não disse uma palavra. Apenas me deu espaço para entrar.

— Eu precisava vir — falei, quebrando o silêncio. — Precisamos conversar.

Ele se jogou no sofá sem me olhar.

— Conversar? Agora? Depois de tudo?

— Eu sei que errei — sentei à frente dele. — E não vou enrolar. Aquela conversa que tivemos sobre o tal Maicon... Eu comentei baseado em um boato bobo que ouvi, sem confirmação nenhuma. Fui leviano. Não devia ter dito nada, principalmente sabendo do quanto você estava envolvido com a Lívia. Eu só pensei em te proteger. Mas não imaginei que você fosse reagir daquele jeito. Me desculpa, cara.

Heitor levantou o olhar. Por alguns segundos ele ficou em silêncio. Depo