119. O lar ferido.
A porta do apartamento se fechou atrás de Isabela com um clique seco. Pela primeira vez em dias, o silêncio se impôs. Não havia notificações piscando, câmeras, reuniões emergenciais, nem jornalistas em fila. Só ela — e o eco dos próprios pensamentos.
Soltou os sapatos junto ao sofá, largou a bolsa na poltrona e encarou o celular como se ele fosse uma criatura viva. Três chamadas perdidas de seu irmão mais velho. Uma de sua mãe. E uma enxurrada de mensagens de voz em um grupo de família que ela raramente abria.
Com um suspiro resignado, apertou o play.
A voz da mãe veio primeiro, entrecortada por preocupação:
— Isa… eu vi aquela entrevista… E esses vídeos… Minha filha, tá tudo bem mesmo? Isso aí tá parecendo briga de gente grande demais…
Em seguida, a de seu irmão, sempre mais direto:
— Você tá se metendo em confusão com gente poderosa, Isa. Acha mesmo que vale a pena comprar essas brigas? Você ainda é nova. Eles podem destruir sua carreira antes de começar.
Ela pausou. O peito