O som da porta blindada se abrindo nĂŁo trouxe alĂvio.
Clara entrou primeiro, os olhos aflitos. Depois, ele. Kauan.Melina estava sentada Ă beira do sofĂĄ, com o laptop no colo e um cigarro aceso entre os dedos. Ao vĂȘ-lo entrar, nada mudou em sua expressĂŁo. Nenhuma reação. Mas dentro dela, algo... ardeu.Ele mancava. O rosto trazia um corte profundo na sobrancelha esquerda. O lĂĄbio inferior rachado. Uma faixa improvisada no braço direito.â Eu disse que nĂŁo queria mais surpresas. â disse Melina, sem tirar os olhos da tela.Kauan parou no meio da sala, respirando com dificuldade.â NĂŁo fui eu quem causou essa.Ela fechou o notebook com um estalo seco.â Senta. Agora.Ele obedeceu.Clara jĂĄ trazia uma caixa de primeiros socorros. Melina a dispensou com um aceno e, em silĂȘncio, ajoelhou-se diante dele. Um silĂȘncio que doĂa. Uma tensĂŁo quase fĂsica.Com mĂŁos firmes, começou a limpar os ferim