01h37 da manhĂŁ.
A sede da HEM dormia.
Ou fingia dormir.
Clara cruzava os corredores internos com passos leves. Sabia onde as cĂąmeras estavam. Sabia os pontos cegos. Sabia demais â e isso, agora, era um problema.
A Mamba a observava hĂĄ trĂȘs dias.
Sem ser vista. Sem interferir. Apenas recolhendo.
Hoje, Clara carregava algo no bolso. Um pen drive? Um bilhete? Não dava para saber ainda. Mas a Mamba não precisava de certezas para agir. Ela precisava de padrão. E aquele padrão⊠estava quebrado.
Pela manhĂŁ, Melina analisava relatĂłrios no escritĂłrio, quando a Mamba entrou sem bater.
â Temos um problema. Um problema de dentro.
Melina nĂŁo tirou os olhos da tela.
â Clara?
â Ela anda acessando arquivos antigos. Inclusive da Ă©poca do âDente de LeĂŁoâ.
Melina parou. Fechou o notebook devagar. Acendeu um cigarro.
â VocĂȘ quer agir?
â Quero autorização pra testĂĄ