Leonardo Vasconcellos
Nunca pensei que veria o nome de Beatrice de novo estampado em tantas manchetes. E não apenas como uma empresária de sucesso. Mas como a mulher que venceu. Aquela que todos agora querem entrevistar, fechar negócio, copiar. A mulher que foi minha. Que me ajudou. E depois descartei.
O amargor do café não era suficiente para engolir a náusea que aquela matéria do Valor Econômico me causou. "Phoenix Group, o império que surgiu das cinzas de um casamento". Fui retratado como um lixo por todos que leram.
— Sr. Vasconcellos — chamou Luciana, minha assistente, da porta. — A reunião com os acionistas está prestes a começar.
— Que esperem. — respondi seco. — Preciso terminar de ler isso.
Voltei para o artigo. As palavras saltavam como punhais: inovação, expansão, liderança, Beatrice Marchesi. Cada vírgula uma provocação. Cada foto, um lembrete.
Levantei e fui até a janela. Lá embaixo, a sede da Nexus parecia menor do que eu lembrava. Talvez porque, de fato, estivesse enco