— Corta mais fino. — Peço, pegando uma fatia de tomate mal cortada e comendo.
Rodolfo ri, negando com a cabeça. — Sim, chefe.
Ele começa a cortar os tomates com tanta precisão que chega a me surpreender.
— Nossa, como você consegue?
Levanto uma rodela de tomate perfeita e quase transparente.
— Tenho certa habilidade com a faca.
Um arrepio percorre minha coluna, e um pequeno fragmento do meu sonho vem à mente.
— O que foi? — Pergunta Rodolfo, deixando a faca de lado e segurando meu queixo.
Olho para suas mãos e, por um momento, me lembro das mãos do jovem no sonho.
— Nada. — Respondo, me afastando e virando-me para o fogão. Levanto a tampa e sinto o aroma incrível do risoto.
— Halina. — Ele me abraça e fecho os olhos, encostando minha cabeça em seu peito. — O que foi, vida minha?
— Lembranças do sonho.
— Você precisa me contar. Como vou saber o que fazer se você não me diz nada?
Viro-me e encaro seu olhar. Seu rosto perfeito está envolto em uma carranca questionadora. Eu sei que deveri