A Coelhinha é o Alvo

Nova York

Alessandro - 27 anos

Era tarde da noite quando a campainha do apartamento tocou repetidas vezes.

— Lorenzo, aconteceu alguma coisa?

— Adivinha quem acabou de desembarcar em Nova York?

— Não faço ideia. Álcool?

Ele assentiu com a cabeça e continuou:

— A coelhinha, acompanhada pela mãe e, obviamente, muitos seguranças.

— Isso é interessante! — Dei um gole na minha bebida.

— Nem pense nisso, combinamos que você ficaria de fora até o último momento. Don Salvatore não pode sequer desconfiar que nós estamos chegando!

— Descubra o que vieram fazer aqui. Quero os nossos homens na cola delas!

Comecei a andar de um lado para o outro como se o apartamento fosse pequeno demais, a espera estava me matando, eu me sentia como um leão enjaulado, aguardando ansiosamente para atacar a presa.

— Eles estão acompanhando tudo, você precisa relaxar um pouco, cara. Estamos perto, fizemos tudo certo até agora.

— Mais um ano. Só mais um ano e arrancaremos Don Salvatore do trono da Cosa Nostra. — Falei mais para mim mesmo.

Desfrutei do sentimento que preenchia o meu peito, eu vivo cada dia da minha vida por esse momento. O momento de realizar a minha Vendetta.

— Só mais um ano... — Lorenzo me encarava pensativo.

O celular dele tocou alto e ele franziu a testa ao ver quem era.

— É o Timothy!

— Põe no viva-voz! — Respondi imediatamente.

— Lorenzo, movimentação suspeita identificada em torno da coelhinha. Mãe e filha entraram em carros diferentes, os carros seguiram em direções opostas, metade dos meus homens foram com a mãe. A Coelhinha está com um único segurança seguindo para uma área de risco.

— Timothy, aqui é o Alessandro Tomazzine! Compartilhe a localização em tempo real, eu vou encontrar vocês. Ninguém toca na coelhinha.

— Senhor! Ameaça identificada! — A voz gritou do outro lado da linha. — É uma emboscada, a coelhinha é o alvo.

Era possível ouvir o som de tiros do outro lado da linha.

— Protege a garota! Protege a garota, porraaa. A coelhinha é minha!

Corri para o meu quarto para pegar meu equipamento, Lorenzo me seguiu, também se preparando.

— Pega o básico! Me coloca na chamada! — Ordenei, a tensão estalando entre nós.

— Já coloquei! — Ele respondeu e pegou os suportes modulares, os coletes balístico e armas.

— Timothy, atualização! — Pedi.

— Precisamos de apoio, senhor. — A voz soou no fone.

— Aguenta, porraaa! — Gritei, irritado. Ela não pode morrer agora.

— Vamos em motos separadas, te enviei a localização! — Lorenzo jogou a chave na minha direção.

Descemos de escada até o estacionamento, eu montei em uma das motos e o Lorenzo na outra, ele deu partida e fez sinal de ok.

— Eu olho você, irmão! — Apontei para os meus olhos e para ele. Ele repetiu o gesto e saímos para salvar a coelhinha.

Irônico? Sem dúvida. Mas ela tinha mais um ano de vida e eu iria garantir que vivesse cada um dos seus dias até lá.

O local não era tão distante, considerando a velocidade com a qual nós estávamos pilotando.

Em pouco tempo, chegamos próximo do local da emboscada. Desacelerei e esperei Lorenzo se aproximar, fiz sinal avisando que daria a volta. Íamos fechar o cerco.

Lorenzo seguiu pela estrada principal, enquanto eu acelerei contornando a rua. Não precisei me aproximar muito para identificar um carro na frente e um carro atrás bloqueando o carro da Fiorella.

Os homens fortemente armados atiravam contra o carro, enquanto Timothy e a equipe tentavam detê-los. Estava na hora de equilibrar a balança.

— Timothy, nos dê cobertura, vamos avançar! Lorenzo?

— Pronto para o show. — Ele respondeu. E nós avançamos com tudo o que tínhamos.

Atravessei a moto na rua e atirei nos homens que perceberam tarde demais a minha chegada. O carro rodou na estrada em uma tentativa de fuga frustrada. O motorista perdeu o controle da direção e o carro capotou. Os homens que estavam no outro carro também foram alvejados.

O tiroteio cessou.

Fiz sinal para cercarem o carro da Fiorella. Desci da moto e bati com o cabo da arma no vidro do motorista.

O homem baixou o vidro, assustado.

Fiorella estava no banco de trás, com os olhos fechados e as mãos tapando os ouvidos.

— Ragazza, sei ferita?

A garota abriu os olhos e balançou a cabeça em negativa, freneticamente.

— Desce do carro! — Ordenei para ela.

O motorista me encarou por um momento, como quem quisesse intervir, mas desistiu.

— Eu fico com ela! Levem-no!

Lorenzo me lançou um olhar preocupado, mas logo acatou o meu comando.

Abri a porta do carro e ajudei Fiorella a descer. A garota parecia à beira de um colapso. Era mais magra do que eu imaginava, ainda assim estava lindíssima. Os cabelos acobreados emolduravam sua pele pálida, os olhos azuis brilhavam como duas joias, e ela me encarava com dúvida, como quem analisasse se devia ou não confiar no homem que estava à sua frente.

— Pode confiar! — Respondi à sua pergunta silenciosa. — Está com frio?

Ela tremia descontroladamente, apesar de estar com um casaco grosso xadrez, calça jeans ajustada ao corpo e botas.

— Não. — Ela respondeu prontamente.

— Está assustada, eu entendo.

— Preciso chegar na casa da minha tia. — Ela falou, receosa.

Fiorella passou os olhos pelo cenário à nossa volta, o terror lhe alcançou como um golpe físico.

— Ei. — Segurei os ombros dela, chacoalhando. — Olhe somente pra mim!

Senti seu corpo se retesar sob o meu toque e a soltei imediatamente.

— Scusami! Coloque o endereço da sua tia aqui, eu vou te levar até lá. — Entreguei o meu celular, e ela deslizou os dedos finos pela tela.

— Obrigada. — A voz miúda agradeceu, devolvendo o aparelho, roçando os dedos levemente na minha mão, desencadeando uma eletricidade instantânea.

— Vamos! — Caminhei em direção à minha moto, e ela me seguiu, um pouco atrás.

Retirei o capacete reserva e entreguei para ela.

— Fiorella, já andou de moto? — Perguntei.

— Não.

— Certo, você vai usar o suporte pra subir. Essa moto é alta, mas eu te ajudo. Se apoie em mim!

Ela montou na moto, o corpo afastado do meu.

— Você vai ter que se segurar em mim! Você vai sentir uma leve pressão, por conta do deslocamento de ar. — Peguei sua mão e coloquei na minha cintura. — Pode me abraçar e, se ficar com medo, pode apertar forte. Eu não vou correr demais. Podemos ir?

— Sim. — Ela respondeu, a voz vibrando, trêmula.

— Perfeito!

Liguei a moto e fiz sinal para a equipe deixar o local imediatamente.

Fiorella se aninhou ao meu corpo, e eu não pude deixar de sentir seu cheiro adocicado. Suas mãos, que me tocavam com leveza de início, agora me apertavam com firmeza. Um incômodo se instalou em mim, e novamente eu senti como se uma eletricidade percorresse pelo meu corpo.

Acelerei ainda mais a moto. Precisava chegar logo ao destino. Algo em Fiorella Salvatore estava despertando a minha masculinidade de um jeito insano.

Minha vontade era agarrar aquele cabelo em formato de ondas e prender em meus dedos, enquanto testava a textura dos seus lábios.

Porraa, Alessandro! Me xinguei mentalmente, por demasiado descontrole.

Quando chegamos próximo ao local, parei a moto e me virei para encarar Fiorella.

— Desce da moto! — Falei com raiva.

Sabia que não estava com raiva dela, mas não pude evitar ser desagradável.

A garota, mais que depressa, obedeceu. Ajudei-a a retirar o capacete e apontei para a casa um pouco mais à frente.

— Chegamos!

— Obrigada por me salvar... — ela murmurou, o rosto corado pela viagem.

Eu a assisti atravessar a rua e caminhar lentamente para a casa da tia.

— Fiorella! — Gritei seu nome, e ela se virou abruptamente. — Não me agradeça!

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