Capítulo 116“Se fosse apenas um sequestro, já teriam pedido resgate.”Isabelle assentiu.— E talvez esteja mais perto do que a gente imagina. Muito mais.Augustus encarava a tela do celular, os olhos carregados de tensão após enviar os dados ao FBI.— Isso não foi um simples sequestro — disse, rompendo o silêncio da cabine. — Se fosse, já teriam entrado em contato. Já teriam exigido algo. Qualquer coisa.Isabelle se aproximou com passos contidos.— E por que eliminaram a enfermeira? Isso muda tudo. Alguém está apagando rastros com precisão.— Exato. — Augustus assentiu. — Descubra quem. E por quê. Antes que apaguem a próxima peça.Do outro lado do mundo, o céu de Doha ainda ardia em tons alaranjados quando Rafael desembarcou. O local do incêndio já estava isolado. Ele caminhava entre os destroços do carro, os olhos atentos, os passos firmes. — Foi um recado... ou uma distração.Ele fotografou as marcas no asfalto, observou o padrão das chamas, buscou o que não queriam que ele visse.
Capítulo 117 “Cassian morreu tentando te encontrar.”A porta da casa se abriu com um estalo seco.Naia entrou devagar, os olhos marejados, a respiração falha. Os passos eram curtos, como se carregasse o peso do mundo. Isabelle e Augustus se levantaram do sofá imediatamente.— Filha? — chamou a mãe, preocupada. — Aconteceu alguma coisa?Naia largou a bolsa sobre a mesa e passou as mãos no rosto, tentando se recompor. Mas não havia mais como esconder a urgência no seu peito.— Eu preciso ir à clínica. Agora. Eu preciso saber o que aconteceu com os meus óvulos.Isabelle congelou. Augustus franziu o cenho.— Saber o quê? — a mãe perguntou, já tensa. — Por que essa pressa toda?Naia ergueu os olhos para eles. Os olhos cheios de lágrimas contidas.— Porque tem algo errado. Muito errado. — disse com a voz embargada. — Rafael me sequestrou. Me levou pra aquela maldita ilha. Disse que Cassian queria me matar porque achava que eu estava grávida dele... do Rafael.Ela respirou fundo, o corpo tr
Capítulo 118 “Ele morreu sem saber... que deixou um pedaço dele no mundo.”A água ainda caía com força sobre o corpo nu de Naia. O vapor cobria o espelho, as paredes, e o chão já era um mar entre lágrimas e lembranças.Flashback…Os lábios de Naia roçaram a testa dele, um beijo leve, quase uma promessa silenciosa de que ela estaria ali. Cassian fechou os olhos, permitindo-se ser envolvido por aquele gesto. Era como se o toque dela fosse o único lugar seguro no meio do caos.— Estou aqui — ela sussurrou, suas mãos acariciando suavemente as costas dele, deixando que o calor de seu toque afastasse o frio que parecia envolver o coração de Cassian.Ele ergueu o rosto, os olhos vermelhos das lágrimas, mas havia algo mais ali: um pedido mudo. Naia entendeu. Suas mãos foram até o rosto dele, os polegares acariciando a linha da mandíbula enquanto ela o olhava nos olhos.Cassian a pegou no colo, e olhando em seus olhos suavemente a penetrou. Ela fechou os olhos e gemeu baixinho mordendo o lábi
Capítulo 119 “Ele sabia... e eu confiei nele.”Naia saiu do banheiro cambaleando, como se o corpo fosse só um eco da alma. O cabelo pingava, os olhos vermelhos ardiam. Ela se vestiu sem pensar, sem lembrar que roupa pegou, e desceu as escadas com os pés ainda molhados, o coração esfarelado.Ela não sabia como chegou até a sala. Só sabia que estava lá. Sentada. Vazia.Isabelle, ao vê-la, se levantou imediatamente.— Filha... meu Deus. — correu até ela, ajoelhando-se à sua frente. — O que aconteceu? O que foi, filha?Naia abriu a boca, mas a voz não saiu de imediato. Só depois de alguns segundos e um choro novo se formando na garganta, ela conseguiu falar:— Eu descobri, mãe.— Descobriu o quê?— Tudo estava na minha cara o tempo inteiro... e eu não enxerguei.Ela passou a mão no rosto, os olhos fixos em um ponto perdido no chão.— O Cassian conversou comigo. Antes de morrer. Ele me falou sobre a inseminação. Ele... ele suspeitava que tinham usado o embrião dele. Que eu tinha sido inse
Capítulo 120 “Algumas verdades só se revelam quando o coração já não tem mais força para mentir.”A campainha soou com um toque discreto, abafado pelo vento da tarde. Naia manteve a respiração presa enquanto esperava. O coração, no entanto, parecia não ter recebido o comando — batia forte, desordenado, quase como se já soubesse o que viria.A porta se abriu. Um homem de meia-idade, com expressão neutra, fez um leve gesto de cabeça.— Senhorita… entre, por favor.Ela avançou devagar. Cada passo pesava mais do que o anterior. O saguão da casa era amplo, de janelas altas e silêncio sufocante. Logo, passos se aproximaram.— Oi, Naia. — disse Diego, parando a poucos metros dela.Ela se virou com surpresa e o abraçou, quase instintivamente.— Di... Meu Deus. Quantos anos.— Verdade. — ele sorriu com carinho, mas os olhos carregavam tensão.Ela se afastou um pouco, o encarando.— É você? Você está falando comigo no celular?Diego baixou os olhos. O silêncio respondeu antes dele.— Não... —
Capítulo 121 “Fazer amor... como quem encontra o caminho de volta dentro do outro.”A casa estava mergulhada em um silêncio antigo, daqueles que guardam histórias nas paredes. No quarto, o mundo inteiro parecia caber naquele colchão. Cassian olhava para Naia como se tivesse medo de piscar e ela desaparecer. Ela, ainda com os olhos marejados, só conseguia pensar em quantas noites dormiu sozinha imaginando aquele toque. E agora ele estava ali.— Você quer... — ele começou, mas a voz falhou.Naia apenas se aproximou, sem responder. Passou os dedos pelo rosto dele com a reverência de quem encontra um milagre. Ele fechou os olhos, sentindo. O toque dela ainda tinha cheiro de saudade, e gosto de tudo o que ele não esqueceu.Ela subiu devagar sobre o colo dele. O corpo ainda trêmulo, mas agora por outro motivo. As mãos dele escorregaram pelas coxas nuas dela, que já vestia apenas um vestido. Ele subiu o tecido, tirou e encostou os lábios na barriga dela, sentindo o cheiro da pele úmida, que
Capítulo 122 “Quando a pele reconhece a alma, o corpo se transforma em altar.”A respiração de Naia ainda estava descompassada. As pernas trêmulas, o ventre latejando. Mas Cassian não parava. Ele não queria que ela apenas sentisse prazer — ele queria que ela se lembrasse de como era ser adorada.Ele ainda estava dentro dela. Duro, quente, pulsando. Mas era a boca dele agora que descia pelo corpo dela como um segundo coração. Ele beijava o ventre que um dia abrigou o filho deles, a cintura que ele tantas vezes segurou com desejo e raiva e amor. Depois, os seios, um de cada vez, sugando com calma, com reverência.Naia arfava, as mãos nos cabelos dele.— Cass... você vai me matar... — ela sussurrou, mordendo o lábio.— Não, amor. Eu só vou te lembrar de como é ser viva.Ela estremeceu. E quando ele desceu novamente entre as pernas dela, as coxas se abriram sem que ela sequer percebesse. O corpo dela reagia a ele como se nunca tivesse aprendido a se proteger. Ele era o perigo e o porto.
Capítulo 123 “Algumas saudades só se saciam embaixo d’água. Gritando com o corpo.”Cassian ainda estava dentro dela quando encostou a testa na dela, tentando recuperar o fôlego. O coração batia tão forte que parecia que o mundo podia ouvir.Naia acariciava o rosto dele, ainda sem saber se chorava de prazer ou de alívio. Mas foi a voz dele, rouca, baixa, que quebrou o silêncio.— Preciso de você, amor.Ela o olhou, surpresa.— Ainda?Ele sorriu de lado, mordendo os próprios lábios.— Você sabe... a primeira me dá fome.Ela riu, aquele riso leve e provocador que ele amava.— Amo seu apetite, Cassian. Vem. Me cansa.Ele a beijou com desejo renovado, e então a pegou no colo de novo, como se ela não pesasse nada. O corpo dele, mesmo saciado, ainda pulsava por ela.Naia enlaçou os braços ao redor do pescoço dele, enquanto ele a levava para o banheiro. O som da água quente preenchendo o box foi quase tão excitante quanto os gemidos abafados entre beijos.Cassian a colocou de pé com cuidado.