Capítulo 117 “Cassian morreu tentando te encontrar.”A porta da casa se abriu com um estalo seco.Naia entrou devagar, os olhos marejados, a respiração falha. Os passos eram curtos, como se carregasse o peso do mundo. Isabelle e Augustus se levantaram do sofá imediatamente.— Filha? — chamou a mãe, preocupada. — Aconteceu alguma coisa?Naia largou a bolsa sobre a mesa e passou as mãos no rosto, tentando se recompor. Mas não havia mais como esconder a urgência no seu peito.— Eu preciso ir à clínica. Agora. Eu preciso saber o que aconteceu com os meus óvulos.Isabelle congelou. Augustus franziu o cenho.— Saber o quê? — a mãe perguntou, já tensa. — Por que essa pressa toda?Naia ergueu os olhos para eles. Os olhos cheios de lágrimas contidas.— Porque tem algo errado. Muito errado. — disse com a voz embargada. — Rafael me sequestrou. Me levou pra aquela maldita ilha. Disse que Cassian queria me matar porque achava que eu estava grávida dele... do Rafael.Ela respirou fundo, o corpo tr
Capítulo 118 “Ele morreu sem saber... que deixou um pedaço dele no mundo.”A água ainda caía com força sobre o corpo nu de Naia. O vapor cobria o espelho, as paredes, e o chão já era um mar entre lágrimas e lembranças.Flashback…Os lábios de Naia roçaram a testa dele, um beijo leve, quase uma promessa silenciosa de que ela estaria ali. Cassian fechou os olhos, permitindo-se ser envolvido por aquele gesto. Era como se o toque dela fosse o único lugar seguro no meio do caos.— Estou aqui — ela sussurrou, suas mãos acariciando suavemente as costas dele, deixando que o calor de seu toque afastasse o frio que parecia envolver o coração de Cassian.Ele ergueu o rosto, os olhos vermelhos das lágrimas, mas havia algo mais ali: um pedido mudo. Naia entendeu. Suas mãos foram até o rosto dele, os polegares acariciando a linha da mandíbula enquanto ela o olhava nos olhos.Cassian a pegou no colo, e olhando em seus olhos suavemente a penetrou. Ela fechou os olhos e gemeu baixinho mordendo o lábi
Capítulo 119 “Ele sabia... e eu confiei nele.”Naia saiu do banheiro cambaleando, como se o corpo fosse só um eco da alma. O cabelo pingava, os olhos vermelhos ardiam. Ela se vestiu sem pensar, sem lembrar que roupa pegou, e desceu as escadas com os pés ainda molhados, o coração esfarelado.Ela não sabia como chegou até a sala. Só sabia que estava lá. Sentada. Vazia.Isabelle, ao vê-la, se levantou imediatamente.— Filha... meu Deus. — correu até ela, ajoelhando-se à sua frente. — O que aconteceu? O que foi, filha?Naia abriu a boca, mas a voz não saiu de imediato. Só depois de alguns segundos e um choro novo se formando na garganta, ela conseguiu falar:— Eu descobri, mãe.— Descobriu o quê?— Tudo estava na minha cara o tempo inteiro... e eu não enxerguei.Ela passou a mão no rosto, os olhos fixos em um ponto perdido no chão.— O Cassian conversou comigo. Antes de morrer. Ele me falou sobre a inseminação. Ele... ele suspeitava que tinham usado o embrião dele. Que eu tinha sido inse
Capítulo 120 “Algumas verdades só se revelam quando o coração já não tem mais força para mentir.”A campainha soou com um toque discreto, abafado pelo vento da tarde. Naia manteve a respiração presa enquanto esperava. O coração, no entanto, parecia não ter recebido o comando — batia forte, desordenado, quase como se já soubesse o que viria.A porta se abriu. Um homem de meia-idade, com expressão neutra, fez um leve gesto de cabeça.— Senhorita… entre, por favor.Ela avançou devagar. Cada passo pesava mais do que o anterior. O saguão da casa era amplo, de janelas altas e silêncio sufocante. Logo, passos se aproximaram.— Oi, Naia. — disse Diego, parando a poucos metros dela.Ela se virou com surpresa e o abraçou, quase instintivamente.— Di... Meu Deus. Quantos anos.— Verdade. — ele sorriu com carinho, mas os olhos carregavam tensão.Ela se afastou um pouco, o encarando.— É você? Você está falando comigo no celular?Diego baixou os olhos. O silêncio respondeu antes dele.— Não... —
Capítulo 121 “Fazer amor... como quem encontra o caminho de volta dentro do outro.”A casa estava mergulhada em um silêncio antigo, daqueles que guardam histórias nas paredes. No quarto, o mundo inteiro parecia caber naquele colchão. Cassian olhava para Naia como se tivesse medo de piscar e ela desaparecer. Ela, ainda com os olhos marejados, só conseguia pensar em quantas noites dormiu sozinha imaginando aquele toque. E agora ele estava ali.— Você quer... — ele começou, mas a voz falhou.Naia apenas se aproximou, sem responder. Passou os dedos pelo rosto dele com a reverência de quem encontra um milagre. Ele fechou os olhos, sentindo. O toque dela ainda tinha cheiro de saudade, e gosto de tudo o que ele não esqueceu.Ela subiu devagar sobre o colo dele. O corpo ainda trêmulo, mas agora por outro motivo. As mãos dele escorregaram pelas coxas nuas dela, que já vestia apenas um vestido. Ele subiu o tecido, tirou e encostou os lábios na barriga dela, sentindo o cheiro da pele úmida, que
Capítulo 122 “Quando a pele reconhece a alma, o corpo se transforma em altar.”A respiração de Naia ainda estava descompassada. As pernas trêmulas, o ventre latejando. Mas Cassian não parava. Ele não queria que ela apenas sentisse prazer — ele queria que ela se lembrasse de como era ser adorada.Ele ainda estava dentro dela. Duro, quente, pulsando. Mas era a boca dele agora que descia pelo corpo dela como um segundo coração. Ele beijava o ventre que um dia abrigou o filho deles, a cintura que ele tantas vezes segurou com desejo e raiva e amor. Depois, os seios, um de cada vez, sugando com calma, com reverência.Naia arfava, as mãos nos cabelos dele.— Cass... você vai me matar... — ela sussurrou, mordendo o lábio.— Não, amor. Eu só vou te lembrar de como é ser viva.Ela estremeceu. E quando ele desceu novamente entre as pernas dela, as coxas se abriram sem que ela sequer percebesse. O corpo dela reagia a ele como se nunca tivesse aprendido a se proteger. Ele era o perigo e o porto.
Capítulo 123 “Algumas saudades só se saciam embaixo d’água. Gritando com o corpo.”Cassian ainda estava dentro dela quando encostou a testa na dela, tentando recuperar o fôlego. O coração batia tão forte que parecia que o mundo podia ouvir.Naia acariciava o rosto dele, ainda sem saber se chorava de prazer ou de alívio. Mas foi a voz dele, rouca, baixa, que quebrou o silêncio.— Preciso de você, amor.Ela o olhou, surpresa.— Ainda?Ele sorriu de lado, mordendo os próprios lábios.— Você sabe... a primeira me dá fome.Ela riu, aquele riso leve e provocador que ele amava.— Amo seu apetite, Cassian. Vem. Me cansa.Ele a beijou com desejo renovado, e então a pegou no colo de novo, como se ela não pesasse nada. O corpo dele, mesmo saciado, ainda pulsava por ela.Naia enlaçou os braços ao redor do pescoço dele, enquanto ele a levava para o banheiro. O som da água quente preenchendo o box foi quase tão excitante quanto os gemidos abafados entre beijos.Cassian a colocou de pé com cuidado.
"O Começo do Fim”Cassian está afundado no sofá de couro, o cheiro ácido de álcool pairando no ar como uma neblina sufocante. A garrafa quase vazia de uísque escorrega por seus dedos enquanto ele geme baixo, a cabeça jogada para trás, os olhos semi abertos, completamente entorpecido. Uma mulher de cabelos longos e escuros, que ele mal lembra o nome, o cavalga de forma sensual, as unhas cravadas em seus ombros, rebolando em um ritmo lento e provocante. Ele leva o seio dela à boca e suga. Os gemidos dela ecoam mais alto pelo cômodo, um som vazio, sem significado algum para ele.Mas então, um soluço alto.Um som sufocado que não vem da mulher em seu colo.Cassian abre os olhos de supetão e seus sentidos, antes entorpecidos, despertam ao ver Naia. Ela está ali, parada na entrada do quarto, a mão tremendo ao segurar a bolsa, os olhos arregalados e cheios de lágrimas. Seu rosto está pálido como se a própria alma tivesse sido arrancada do peito.— Naia... — Cassian balbucia, empurrando a m