CAPÍTULO 53: “O Último Golpe”
(Marco Narrando)
O beco parecia mais estreito a cada passo, como se as paredes se fechassem ao meu redor.
Havia algo de diferente naquela noite.
O vento cortante não trazia alívio, mas um peso crescente, como se antecipasse o inevitável.
Recebi a mensagem há horas:
“Encontre-me no armazém na Rua Bianchi. Traga sua lealdade, ou nem se dê o trabalho de aparecer.”
Minha lealdade.
Ri internamente.
Aquilo era uma moeda rara, especialmente em tempos de guerra.
Ninguém era leal a ninguém, e eu não era exceção.
O único motivo para eu estar ali era porque precisava de vantagem.
E talvez, só talvez, essa reunião fosse minha oportunidade de virar o jogo.
Minha mão descansava na arma presa ao coldre, um reflexo automático que vinha dos anos na máfia.
Mas por dentro, eu estava em pedaços.
A guerra entre Leonardo e Dante estava fora de controle, e La Regina Nera, com sua presença invisível e manipulações calculadas, tornava tudo ainda mais imprevisível.