O som do vento naquela manhã parecia diferente. Ele batia nas janelas com mais força do que o habitual, como se tentasse me avisar que algo se aproximava. Eu estava com oito meses agora, e cada passo parecia mais lento, mais pesado. Mas o que me pesava de verdade não era a barriga. Era o silêncio.
A casa estava inquieta. Os passos de Elena eram mais firmes. Os olhares de Enzo e Dante, mais atentos. Ninguém dizia nada, mas eu sentia. Algo estava acontecendo, algo que me envolvia mesmo que tentassem me manter longe disso.
Eu não era mais a garota que chegou perdida naquela mansão. Eu era uma Montanari. Gostassem ou não eu era a matriarca agora. Estava na hora de agir como tal.
Desci as escadas devagar, apoiando uma das mãos no corrimão. Elena me encontrou no hall com uma xícara de chá na mão e aquele olhar que não mentia.
— Você deveria descansar — disse ela, como sempre fazia.
— Não consigo descansar quando sinto a casa se preparando para uma guerra — rebati, olhando em volta.
Ela não