O medalhão ainda estava em minhas mãos quando a manhã começou a dissolver os últimos traços da noite. A luz alaranjada invadia os corredores da mansão com uma delicadeza que parecia zombar da tensão que habitava nossos corpos. Aquele objeto, que um dia repousara sobre o colo da minha mãe, agora surgia pendurado no portão como um aviso. Uma convocação.
Não era apenas um colar. Era uma chave.Vittorio analisava a peça com a mesma expressão que vi quando, pela primeira vez, ele pronunciou o nome da minha mãe em voz alta. Um misto de reverência e culpa.— Isso não deveria estar fora de onde enterramos aquela história — murmurou, mais para si do que para nós.— Quem mais poderia tê-lo?. Se minha mãe morreu com ele. — perguntei— Ela não estava sozinha naquela noite — respondeu ele, os olhos fixos no medalhão.— E nem todas as mortes deixam corpos para trás. Algumas deixam sobreviventes. - concluiu eleOs irmãos me observavam