As paredes da mansão Montanari pareciam mais frias naquela manhã, apesar do sol que se estendia generoso pelas janelas. A festa havia deixado seu rastro de risos, passos apressados de crianças e brindes calorosos, mas agora, o silêncio era quase solene. A rosa negra, amassada pelas mãos de Dante, repousava dentro de uma caixa de vidro, trancada no cofre do escritório de Enzo. E a carta, sob análise pericial do nosso laboratório, havia sido fotografada, copiada, digitalizada. Mas nada disso acalmava o peso que ela deixava sobre nossos ombros.
Lorenzo estava vivo. E nos observava.— Temos um traidor dentro do palácio — foi a primeira coisa que Enzo disse ao acordar, com os olhos fixos no teto e os braços em volta de mim.— Alguém intermediou essa entrega Anna. Alguém com acesso. Com instruções.— Você acha que foi um funcionário Enzo?— Talvez, ou talvez alguém infiltrado temporariamente. Alguém que soube como dobrar o sistema.A v