Benício
Joaquim estava parado no meio do meu quarto, braços cruzados, a testa carregada.
— O que você está tentando provar, Benício? — ele disparou. — Que virou responsável? Que, de repente, amadureceu?
Revirei os olhos, mas respirei fundo.
— E você? — retruquei. — Acha que, insinuando que eu "finjo" gostar dela, vai garantir o reino?
— O reinado nunca foi meu objetivo, e você sabe. — A voz dele veio fria. — Mas eu gosto da Lya. Mesmo não querendo a coroa, quero estar ao lado dela. Você, por outro lado, parece se aproximar só para convencer nossos pais de que mudou.
— Não. Eu me aproximei porque gosto dela — falei, firme. — Gosto desde a primeira vez que a vi, e ela também gosta de mim.
Joaquim deu um sorriso curto, quase debochado.
— Ela gosta tanto de você que nós dois nos beijamos hoje.
As palavras dele me atingiram como um soco. O coração ardeu; por um segundo perdi o ar.
— Pode sair do meu quarto? — pedi, abrindo a porta.
Ele passou por mim com um olhar de vitória.
— Deixa ela e