A Semente do Silêncio.
Ana caminhou até a antiga sala de estar, onde livros empilhados e cortinas rasgadas dividiam espaço com móveis cobertos por lençóis.
— Quero começar por aqui. Quero saber onde estão os documentos. Diários. Qualquer coisa.
— Vamos devagar, minha filha. A verdade também dói quando vem toda de uma vez.
Ana se virou para a tia com os olhos marejados, mas firmes.
— Eu estou disposta. E se Rafael quiser me ajudar, mesmo com todo esse rancor, talvez eu aceite. Mas preciso confiar. E confiar, depois de tudo o que vivi, não será fácil.
Viviane se aproximou, abraçando a sobrinha com força.
O passado estava abrindo suas portas, e Ana Luísa não estava mais disposta a viver trancada fora dele.
Na varanda, o vento soprou forte, balançando as janelas quebradas.
O velho casarão respirava de novo. E com ele, as sombras do passado começavam a se agitar.
No dia seguinte, Ana decidiu preparar seu quarto de maneira definitiva. Já não queria dormir na casa de Viviane.
A velha re