Raízes Profundas
A mudança oficial aconteceu uma semana depois. Com a ajuda de Viviane e de dois moradores da cidade contratados por recomendação da tia.
Ana Luísa limpou os cômodos principais, instalou um colchão improvisado no antigo quarto de hóspedes e conectou eletricidade mínima ao salão principal.
As noites ainda traziam ranger de madeira e estalos misteriosos vindos do sótão.
Mas ela sentia-se menos assustada e mais... observada. Como se a casa respirasse com ela.
Naquela manhã, depois de um café simples com pão e frutas, Ana decidiu cuidar do jardim.
Tinha encontrado ferramentas enferrujadas num depósito ao fundo e agora empunhava uma enxada com a determinação de quem desenterra histórias.
— Você está literalmente cavando o passado comentou Rafael, ao chegar e vê-la com a barra da calça suja de barro e suor escorrendo da testa.
— É terapêutico.
— Ou masoquismo.
Ana sorriu, limpando o rosto com o antebraço.
— Veja só isso Disse, apontando para a base de uma trepadeira.
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