ESMERALDA DEL CASTRO
Estou encolhida no chão frio, meus braços abraçando meu próprio corpo, como se assim pudesse me proteger de tudo isso. O cheiro da terra úmida impregna minha pele e meus cabelos, mas pouco me importa. Minhas lágrimas secaram, minha garganta dói de tanto chorar, e meu corpo, fraco, cedeu ao cansaço. Dormi sem querer, sem saber, só apaguei.
Acordo com a luz do dia filtrando por uma pequena abertura no alto da parede — uma janelinha redonda, cercada por grades enferrujadas. É tão pequena que mal serve para entrar ar, mas permite que eu saiba que ainda existe um mundo lá fora. Um mundo do qual estou completamente isolada.
Fecho os olhos e por um momento finjo que tudo isso não é real. Imagino minha mãe preparando o café da manhã, a televisão ligada em algum programa matinal qualquer, e eu reclamando do barulho. Imagino a vida que talvez eu não tenha mais. E, em silêncio, suplico a Deus por um milagre. Peço que alguém me encontre, que alguém me tire daqui.
E en