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pedido de socorro ao senhor william

— A partir de hoje, você trabalha para mim — ele diz, olhando diretamente para mim, como se sua palavra fosse lei.

— Não é você que decide isso — respondo firme, devolvendo o olhar. — Essa decisão depende de mim também. E eu não vou trabalhar pra você.

Viro-me para sair antes que ele tenha chance de rebater.

Como se o universo estivesse do meu lado, o elevador se abre naquele exato segundo. Entro rapidamente. Antes que as portas se fechem, vejo os olhos dele presos em mim — intensos, perigosos, como se tentassem me puxar de volta.

Engulo seco. Tento manter o rosto neutro, sem entregar o caos que sinto por dentro, até o elevador fechar completamente… e só então consigo respirar de novo.

Que loucura acabou de acontecer?

Eu jamais imaginaria que o chefe da minha mãe era o mesmo homem com quem eu passei a noite. O mesmo que levou minha calcinha. O mesmo que eu beijei como se o conhecesse.

Eu estava decidida a contar tudo para minha mãe… mas agora?

Agora que sei quem ele realmente é, minhas palavras travam.

Não tenho mais coragem de dizer nada.

Eu também não posso trabalhar aqui… Porque eu sei que, toda vez que eu olhar para o senhor William, vou me lembrar daquela noite.

Do seu toque.

Do seu beijo.

Do que ele me fez sentir.

Eu não vou conseguir dividir o mesmo ambiente que ele sem sentir nada. É impossível.

Saio do prédio sem olhar para trás, quase tropeçando nos próprios passos. O ar parece mais leve longe dele, mas meu peito não. Meu coração está disparado, minha mente um caos.

Pego o celular com mãos trêmulas e ligo para a Sara. Eu preciso conversar com alguém antes que enlouqueça.

— Amiga, você está em casa? Preciso muito falar com você — digo assim que ela atende.

Ela responde que sim, e eu encerro a ligação rapidamente. Peço um Uber e sigo direto para o apartamento dela.

Assim que ela abre a porta, nem espero ser convidada. Entro e me jogo no sofá como se minhas pernas tivessem desistido de funcionar.

— O que aconteceu, amiga? A entrevista com o chefe da tia Raquel não era hoje? — ela pergunta, me olhando com preocupação.

— Você não sabe o que aconteceu… — minha voz sai trêmula, já queimando com a vontade de chorar.

— O que aconteceu, Emma? — Sara pergunta, agora claramente preocupada.

— Eu estou perdida, amiga… — digo, sentando-me no sofá como se o peso fosse demais. — Sabe o homem com quem eu passei a noite?

Começo… mas as palavras travam na minha garganta.

— Não me diga que ele trabalha na empresa do chefe da tia Raquel. Emma, como você é azarada! — ela reclama, sentando ao meu lado.

— Pior, amiga. Bem pior.

Respiro fundo, escondo o rosto entre as mãos.

— Ele é o chefe da minha mãe.

— O QUÊ?! — ela praticamente salta do sofá.

— Ele é o chefe da minha mãe… e tem mais. — engulo seco. — Ele quer que eu trabalhe pra ele.

Eu não sei o que fazer. Não sei para onde correr.

— Eu só queria trabalhar pra ajudar a minha mãe… — minha voz sai baixa, quebrada. — Ela está há tantos anos naquela casa… começou como babá do William quando ele era criança. Depois que ele cresceu, virou cozinheira. Ela não reclama, mas eu vejo. Ela está cansada, exausta…

Meus olhos ardem.

— E eu queria tanto tirar ela de lá.

— Meu Deus, Emma… que loucura! — Sara leva a mão à cabeça. — Você perdeu a virgindade com o chefe da sua mãe! Se eu não te conhecesse, ia achar até engraçado… mas isso é catastrófico!

Ela me encara de olhos arregalados.

— A minha tia Raquel vai te matar quando descobrir. O que você vai fazer agora sobre o trabalho?

— Nada. Ela não vai descobrir. Nunca. — respondo imediatamente. — E eu não vou trabalhar pra ele. Eu vou procurar emprego em outro lugar, qualquer lugar… mas pra ele, eu não trabalho.

Sara franze a testa, confusa.

— Por que, Emma? O que ele te fez pra te deixar assim? Pra te marcar a ponto de você não conseguir nem ficar na mesma sala que ele?

Eu fecho os olhos.

E ele volta, como se estivesse ali, me tocando de novo.

A respiração dele no meu pescoço.

As mãos fortes.

O jeito que ele me olhou.

O jeito que eu me senti.

— Eu não sei o que ele fez comigo… — murmuro, sentindo o corpo inteiro arrepiar. — Mas só de olhar pra ele hoje… foi como voltar pra aquela noite.

Abro os olhos devagar.

— O toque dele ainda está na minha pele. O cheiro dele ainda está em mim.

Engulo seco.

— É como se eu tivesse vivido aquilo cinco minutos atrás.

— Você só não vai ter um orgasmo pensando nele, né, Emma? Pelo amor de Deus! — Sara diz, fazendo eu abrir os olhos na hora.

— SARA! — exclamo, indignada… mas o sorriso travesso dela é tão contagiante que acabo rindo também.

— Só você pra me fazer rir… — digo, me levantando do sofá.

— Pra onde você vai? — ela pergunta, levantando junto.

— Pra casa. Minha expressão muda um pouco. — Minha mãe deve estar chegando… ela passou a noite lá na casa do senhor William.

Digo “senhor William” com um deboche tão óbvio que Sara arqueia a sobrancelha.

— Tá bom, amiga. Qualquer coisa me liga. — ela diz, me puxando para um abraço rápido antes de me acompanhar até a porta.

Saio do apartamento dela e sigo direto para casa. A ansiedade vai crescendo no meu peito a cada passo. Quando entro, encontro minha mãe na cozinha, como sempre, ajeitando as coisas, cansada… mas tentando disfarçar.

— Cheguei, mãe. — digo, indo até ela e depositando um beijo carinhoso em sua testa.

Ela sorri sem olhar totalmente para mim, ainda concentrada no fogão.

— Como foi a entrevista com o senhor William, querida? — minha mãe pergunta sem tirar totalmente os olhos de mim. — Ele até me ligou perguntando qual era o seu nome… disse que tinha esquecido.

Meu coração quase sai pela boca, mas mantenho a expressão firme.

— Foi horrível, mãe. — respondo sem hesitar. — Eu detestei o seu chefe. Achei ele arrogante, mandão, cheio de si. Recusei o trabalho.

Cruzo os braços, tentando parecer convicta.

— Mas amanhã eu vou sair para procurar emprego em outra área. O que eu achar, eu vou aceitar. Qualquer coisa. Eu só quero te tirar daquela casa.

Enquanto falo, observo cada detalhe dela. A minha mãe tem cinquenta anos, mas parece carregar o dobro na alma. Ela trabalha desde que eu me entendo por gente. E eu sei — mesmo que ela nunca admita — que está exausta.

— Não precisa se preocupar, querida. Eu estou bem. Eu gosto de trabalhar, você sabe disso… — ela tenta sorrir, mas a expressão se quebra.

Ela se encosta na parede.

E então eu vejo.

A cor some do rosto dela. Ela fica pálida… pálida demais.

— Mãe? — dou um passo à frente, o coração disparando. — Mãe, o que foi? A senhora está sentindo alguma coisa? — pergunto, indo até ela rapidamente e a apoiando antes que perca o equilíbrio. Conduzo-a até o sofá com cuidado.

— Eu estou bem, querida… — ela insiste, tentando sorrir. — É só uma tontura. Daqui a pouco passa.

Mas eu vejo.

Eu sinto.

Ela não está bem.

Uma culpa pesada aperta meu peito. Eu estava tão focada no meu curso, no Rian, no caos da minha vida… que deixei de olhar para ela. Para a pessoa que sempre esteve comigo.

— Desde quando a senhora está sentindo isso? — pergunto, ajoelhando ao lado do sofá.

— Já tem um tempinho… — ela diz, como se fosse algo banal. — Mas eu estou bem. Não é nada demais. Não precisa se preocupar, minha filha.

— Claro que eu preciso me preocupar, mãe! — minha voz sai mais alta do que eu pretendia, tomada pelo medo. — A senhora devia ter me contado isso antes.

Coloco a mão na dela, apertando firme.

— Eu vou levar a senhora agora no médico. Não quero saber, vamos agora.

Ela tenta protestar, mas eu já estou de pé, determinada, o coração correndo mais rápido que meus pensamentos.

— Não precisa, querida, eu estou bem… — ela insiste, tentando se levantar do sofá.

Mas antes que eu possa segurar sua mão, as pernas dela falham.

Ela desmaia.

— MÃE! — grito, avançando para pegá-la.

Mas é tarde demais.

O corpo dela desaba para frente e a testa b**e com força na quina da mesinha ao lado do sofá. O som seco ecoa pela sala e me congela por um segundo.

— Mãe! Meu Deus, mãe! — caio de joelhos ao lado dela, tremendo.

O sangue começa a escorrer pela testa dela, quente, vermelho, desesperador. Tento puxá-la pelo tronco para colocar no sofá, mas ela está pesada demais, e minhas mãos tremem tanto que quase não consigo pensar.

O pânico toma conta de mim.

Pego meu celular e ligo para a emergência.

Uma. Duas. Três vezes.

Nenhuma resposta.

A sensação de impotência me sufoca. Minha visão fica turva, o choro ameaça subir, mas eu me forço a respirar. Eu preciso agir. Eu preciso salvar minha mãe.

Minhas mãos vasculham a bolsa dela.

Pego o celular dela com a rapidez de quem está no limite.

A minha única saída…

A única pessoa que pode me ajudar agora…

É o patrão dela.

Mesmo com o coração disparado, mesmo depois de tudo, mesmo sabendo quem ele é…

Procuro o número dele na agenda tremendo, deslizando o dedo pela tela tão rápido que quase deixo o celular cair. Quando finalmente acho o contato, aperto o botão de ligar com a mão suando.

Ele atende no segundo toque.

— Oi, dona Raquel? Aconteceu alguma coisa? — a voz dele soa firme, mas preocupada do outro lado da linha.

Eu não consigo responder de imediato. Meu coração está batendo tão forte que dói. Respiro fundo, mas a voz sai trêmula, quebrada.

— Por favor… eu preciso da sua ajuda.

Uma lágrima quente escorre.

— A minha mãe desmaiou… ela está sangrando muito… eu não tenho ninguém, eu não sei o que fazer.

Minha voz falha.

— Por favor, eu te imploro… ajuda a minha mãe.

Existe um segundo de silêncio.

Um segundo que parece uma eternidade.

E então, a voz dele muda completamente.

— Eu já estou indo. — ele diz, firme, direto, sem hesitar. — Fica com ela. Não tenta movê-la. Eu chego em minutos.

A ligação cai antes que eu consiga responder, deixando apenas o som da minha respiração ofegante.

E eu permaneço ali, ajoelhada ao lado da minha mãe, segurando sua mão com força, esperando pelo único homem que pode ajudar.

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