Narrado por Dmitri Volkov
O galpão estava mergulhado na penumbra quando cheguei. O cheiro metálico de ferrugem e gasolina impregnava o ar, um odor que para muitos seria insuportável, mas para mim sempre significou apenas uma coisa: confissão.
Mikhail me aguardava à porta, o rosto duro, braços cruzados.
Mikhail: — Ele está amarrado. Já tentou resistir, mas não vai durar.
Assenti sem pressa. A pressa é inimiga da verdade.
Entrei. O som das minhas botas ecoou pelo chão de concreto, preenchendo o silêncio pesado. No centro, sob a luz crua de uma lâmpada pendurada, o homem estava preso a uma cadeira. As cordas marcavam a pele, a boca sangrava, e os olhos oscilavam entre raiva e medo.
Ele me olhou, cuspindo sangue no chão.
Mercenário: — Covarde…
Não respondi. Tirei o paletó, dobrei as mangas e aproximei-me devagar, deixando que o som dos meus passos fosse o primeiro golpe.
Peguei uma faca da mesa ao lado. O metal refletiu a luz, brilhando frio. Passei a lâmina devagar pelo braço dele, sem p