Narrado por Anya Petrova
Minutos. Só alguns minutos haviam passado desde que ele deixou meu quarto, mas parecia que uma eternidade tinha se arrastado sobre mim. As palavras dele ainda queimavam na minha mente como fogo: “Na noite de núpcias, nós vamos transar.”
Eu ainda estava com a respiração presa quando ouvi a porta bater atrás dele. Assim que fiquei sozinha, precisei me apoiar na penteadeira para não desmoronar. O reflexo no espelho me mostrava um rosto que parecia não ser meu: pálido, olhos vermelhos de raiva e medo, a boca trêmula de tanto segurar respostas que jamais ousaria dar em voz alta.
Não podia mostrar isso. Não para Polina, não para Darya. Se elas percebessem, talvez tentassem me proteger, e eu sabia bem o que acontecia com quem tentava enfrentar Dmitri Volkov.
Quando ouvi as duas batendo à porta, tratei de respirar fundo, puxei o vestido para o lugar e esbocei um sorriso que não tinha nada de verdadeiro.
Polina: — Vamos? Dmitri já está lá embaixo.
Assenti sem dizer nad