Narrado por Catarina Smirnova
A notícia chegou como uma sentença.
Salvatore tinha acabado de sair da mansão, deixando para trás apenas o rastro do perfume forte e o sorriso debochado que ainda queimava na minha mente. “Três dias”, ele disse. “O Don quer o casamento pronto em três dias.”
Três dias.
Meu corpo inteiro tremeu. Meus joelhos falharam, e eu precisei me apoiar na beirada da cadeira para não cair.
Corri para o quarto da minha mãe. Ela estava sentada na poltrona, bordando qualquer coisa que nem sei o que era. Quando me viu com os olhos cheios de lágrimas, largou tudo.
Catarina: — Mãe... ele... ele quer se casar comigo... em três dias!
Ela abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu. Apenas me abraçou, passando a mão pelos meus cabelos ruivos como fazia quando eu era criança. Senti o cheiro de lavanda no vestido dela e quase quis me encolher e sumir.
Catarina: — Eu não posso, mãe... ele tem quase cinquenta anos! Ele tem idade pra ser meu pai... ele... ele me olha como se já fosse don