Narrado por Anya Petrova
A noite já tinha se alongado em silêncio. Cada um no seu quarto. Eu estava deitada na cama, a camisola leve, mas o corpo inquieto. As amigas haviam ido embora, e mesmo cercada de luxo, eu sentia um vazio estranho. Talvez fosse o peso da mansão grande demais para alguém que, até pouco tempo atrás, vivia em um apartamento modesto. Talvez fosse a ausência do barulho familiar da escola, das crianças, dos corredores cheios de vida.
Ou talvez fosse simplesmente a sensação de solidão que se infiltrava quando a casa dormia.
Estava quase pegando no sono quando ouvi uma batida leve na porta.
Meu coração acelerou.
Levantei devagar, pés descalços sobre o tapete macio, e girei a maçaneta. Do outro lado, Dmitri. De moletom escuro, sem camisa, o peito nu iluminado pela luz fraca do corredor.
— Será que a primeira dama da máfia pode ser a minha companhia esta noite? — ele perguntou, a voz grave, mas com uma leveza quase brincalhona que eu nunca tinha ouvido nele.
Sorri sem co