Letícia
A madrugada avançava, mas eu não conseguia dormir. Gustavo roncava ao meu lado como se o mundo já tivesse sido conquistado por nós. Como se eu não tivesse sido enxotada da mesa de jantar mais cara de Nova York por um homem que me fez parecer uma qualquer.
Eu ainda ouvia a voz de Massimo na minha cabeça:
“Você é uma peça barata num jogo sujo.”
E a pior parte?
Ele estava certo.
Mas não ia continuar certo por muito tempo.
Peguei o celular devagar, sem fazer barulho, e fui até a sala. Me joguei no sofá, enrolei uma manta e abri o navegador. Digitando com cuidado, comecei a buscar tudo sobre a Família Mancini. Fotos, notícias, matérias de revista, colunas sociais, escândalos antigos… e foi ali, numa foto de um evento de gala, que eu o vi.
Enzo Mancini.
Mais novo, mais bonito, sorriso de quem sabe que o mundo gira ao redor dele. Terno sob medida, olhos claros, o mesmo ar arrogante do pai, mas com um toque debochado. Era o tipo de homem que gostava de festa, de mulher, de ser o centr