Sentaram-se na sala, ainda com o silêncio morno da noite a preencher os espaços entre palavras que não haviam sido ditas. Elias caminhou até uma prateleira, pegou um copo e encheu de água, antes de se dirigir a Fátima, que se movia inquieta, sentindo-se meio mal por ter causado uma situação sem necessidade alguma.
Ele olhou para ela com um olhar meio perdido, não sabia por onde começar. Elias não pôde deixar de notar que ela estava um pouco diferente naquele dia. Com certeza que não se vestira assim para ir vê-lo. E se foi até sua casa sem o avisar, era justamente porque algo havia acontecido, disso ele tinha certeza.
— Toma. — disse, entregando o copo com água.
Fátima notou o olhar demorado dele. Aquela versão dela, naquele conjunto de cetim, elegante e muito feminina, não era comum. A mulher que vivia de terninhos e camisas engomadas, e usava mais calças que Angela Merkel e Hillary Clinton juntas, estava ali, irradiando feminilidade.
— Aquela moça… — começou, enquanto se sentava no