Seguiu o endereço que Elias lhe enviara. Depois de quase uma hora de viagem, o som do mar começou a invadir o silêncio do carro. Já era fim de tarde quando as primeiras faixas douradas do pôr-do-sol tingiram o céu em tons de vermelho e laranja.
Era um lugar lindo — desses que somente se vê em postais, com casinhas pintadas de branco e vermelho, cafés de madeira e o aconchego salgado do mar. A praia era o highlight do lugar, e por um segundo, Fátima pensou em fazer uma loucura: correr até a água gelada dos dias de outono e mergulhar, lavar todo aquele peso.
Mas só respirou fundo, baixou a janela e deixou a briza invadir o carro, sua mão estendida para fora do carro, o seu hijab de chifon flutuava acariciando seu rosto. E seguiu.
O hotel ficava numa rua em declive, bem perto da areia, com varandas viradas para o oceano. Luxuoso sem ostentação. Não esperava tanta atenção para os detalhes, e com certeza não esperava aquilo vindo de Elias. Para ela, ele tinha uma aura meio caótica, que não