— Já chega, Delancy! — interrompeu-me, abruptamente. — Só vou parar quando aquele rato estiver dormindo ao relento, sem nada pra comer, e sem um lençol para se cobrir. Por favor, não toque mais nesse assunto.
Nem cogitei insistir. Liam estava irredutível, o que era uma pena, pois, embora ele não percebesse, Juliane também fora uma vítima dessa sua incontrolável sede de vingança. Se ele tivesse perdoado o pai, ou pelo menos permitido que os dois ficassem com a casa, nada teria acontecido, Juliane estaria viva, ele não teria levado um tiro e quase morrido, William não teria vindo para a cidade e minha mãe não teria quase matado nosso filho. Tudo fazia parte de um grande efeito dominó, gerado pelo ódio que o movia, um efeito que talvez jamais tivesse fim, enquanto esse ódio existisse.
Deixando os pensamentos de lado, tentei animá-lo um pouco.
— Veja pelo lado positivo, você agora está livre para ir onde quiser. Talvez possamos retomar nossa viagem pra Austrália. O que acha?
— Agora é tar