Início / Urbano / Fugi grávida do meu Marido / Você ainda acha que ele te ama, minha querida?
Você ainda acha que ele te ama, minha querida?

— Quando ele veio me falar de casamento — continuou ela —, eu o questionei. Perguntei que loucura era aquela, casar-se assim, tão de repente. E ele… — ela hesitou — ele riu, e disse que adoraria ver a cara de Raifa ao saber que estava casado.

Senti o chão se abrir sob meus pés. O ar me faltou. O peso do que ouviu caiu sobre meus ombros, e eu mal conseguia reagir. Permaneci muda, o coração apertado num nó.

Bashir se levantou, sem dizer nada. Caminhou até a lareira, acendeu um cigarro e ficou observando o fogo enquanto tragava lentamente. Depois lançou o cigarro no braseiro e se voltou para mim, os olhos fixos, sérios.

— E agora, Sophia? — perguntou com voz baixa, mas firme. — O que você fará a respeito?

Seu olhar era intenso, quase inquisidor, como se quisesse ler minha alma.

Baixei os olhos para as mãos entrelaçadas. Estava desolada, mas havia uma centelha teimosa de esperança dentro de mim.

— Não sei — murmurei. — Preciso pensar. Não quero agir por impulso. Casei-me com Zahir por amor… então preciso entender o que ele realmente sente por mim.

A senhora Zaida Ayman franziu o cenho, impaciente.

— Você ainda acha que ele te ama, minha querida? — perguntou, num tom que misturava incredulidade e pena. — Pense bem. Que homem se casa tão rápido, depois de uma desilusão amorosa, se não for por vingança? Não houve tempo para o amor, nem para a cura.

Senti o estômago se contrair. O silêncio da sala pesava.

Bashir, sempre tão comedido, parecia agora mais grave do que nunca.

— A decisão é sua, Sophia — disse, num tom mais calmo, mas firme. — Se continuar com esse casamento e ele não for sustentado pelo amor, ele vai ruir. E quando isso acontecer, meu irmão vai cair em si. E lá na frente… — ele fez uma pausa — ambos serão infelizes.

Ele inclinou-se para a frente, os olhos presos nos meus.

— Resolva isso antes de engravidar. Por causa do contrato. Você abriu mão dos direitos sobre os filhos, caso haja separação. Todos os direitos serão dele.

Empalideci. O mundo pareceu girar por um instante.

— Eu… — sussurrei. — Eu não sabia disso.

Bashir se levantou rapidamente, foi até o pequeno bar e serviu uma dose generosa de uísque. Colocou o copo em minhas mãos geladas.

— Beba, Sophia.

Obedeci, o líquido queimando minha garganta. Fiz uma careta, tossindo levemente.

— Você não sabia dessa cláusula, não é? — perguntou, a voz dura. — Você não leu o contrato?

Meneei a cabeça, ainda tossindo.

— Não… não li. Não fazia ideia.

Bashir arqueou as sobrancelhas, surpreso.

— Você precisa resolver isso o quanto antes — disse, categórico.

A voz dele ecoava na minha cabeça, mesmo quando tentei responder:

— E se eu decidir me separar… e depois descobrir que estou grávida?

Bashir cruzou os braços e balançou a cabeça.

— Impossível. — respondeu de imediato. — Depois de formalizada a separação, você é obrigada a passar por um exame para confirmar se está ou não grávida. Só depois disso a separação é oficializada. Está no contrato.

As palavras dele me atingiram com força.

 

O som suave da tosse de Vitor me arrancou bruscamente das lembranças. Pisquei várias vezes, tentando afastar as imagens que se repetiam na minha mente.

Enxuguei as lágrimas e olhei para meu filho, que agora me observava com um sorriso inocente, estendendo o patinho de borracha para que eu pegasse. Sorri de volta e fiz barulhinhos com a boca, arrancando dele uma gargalhada gostosa.

Joguei um pouco de água em seu corpinho e o tirei da banheira. Como sempre, protestou com um chorinho teimoso. Ah, como era genioso esse meu filho!

Distraí-o com um chocalho enquanto o trocava sobre a cama. Ele esfregava os olhinhos, sonolento, e eu sabia que logo dormiria.

Fui até a cozinha, preparei uma mamadeira e me sentei no sofá com ele no colo. Observei enquanto ele bebia o leite até a última gota. Quando terminou, o embalei suavemente e, com o coração apertado, o coloquei no berço.

Fiquei ali, olhando para a pequena mão dele descansar sobre o travesseiro, tão inocente, tão distante da dor que me consumia.

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