A carta

Meu olhar caiu sobre a aliança em meu dedo — ouro branco maciço, com inscrições em árabe que uniam o nome dele e o meu. O brilho frio do metal parecia zombar de mim, lembrando-me que, de algum modo, eu ainda pertencia a Zahir.

Senti os olhos arderem. Pisquei várias vezes para conter as lágrimas, mas as lembranças vieram com força: a noite em que decidi ir embora.

Depois da conversa com Bashir e Zaida, saí da biblioteca com o coração em frangalhos e entrei no quarto. Zahir dormia profundamente.

A luz do luar atravessava a janela, desenhando traços prateados sobre o lençol branco. Ele estava de bruços, o dorso nu iluminado, o cabelo negro espalhado no travesseiro.

Por um instante, fiquei parada, observando-o. O homem que eu amava tanto, e que talvez nunca tivesse me amado.

A dor que senti naquela hora foi indescritível — um golpe seco, uma ferida que não sangra, mas consome tudo por dentro.

Uma mistura de sentimentos me atravessava: desesperança, desilusão e, acima de tudo, uma repulsa
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