Abaixei a cabeça, incapaz de sustentar o olhar dele. Peguei Vitor nos braços, abraçando-o com força. Um alívio amargo me percorreu — pelo menos meu filho teria o pai por perto. Mas no fundo, a dúvida latejava:
Ele realmente me levaria para Londres? Me manteria ao lado apenas por dever? Ou me perdoaria um dia?
— Você registrou meu filho? — perguntou Zahir, quebrando o silêncio.
Baixei os olhos, envergonhada.
— Ainda não... Eu o tive com parteiras, na casa de minha tia. Não consegui registrá-lo.
Zahir franziu os lábios, respirando fundo. Então, suavizou o olhar.
— Eu vou registrá-lo em meu nome. — Disse com firmeza. — Ele se chamará Vitor Ali Ayman.
Senti um nó na garganta. O nome soava como uma bênção.
Meus olhos marejaram, e Vitor, já sonolento, começou a esfregar os olhinhos.
— Fique com ele — murmurei, entregando-o ao pai. — Vou preparar a mamadeira.
Zahir o pegou sorrindo. Falava-lhe em árabe, baixinho, e Vitor, entre bocejos, tentava repetir os sons. Aquilo partiu meu coração. Fiz