Em questão de segundos senti a sala encolher. O ar ficou mais pesado, como se a presença dele ocupasse tudo, cada canto, cada respiração minha. De novo aquela sensação impossível de nomear me tomou por completo — um desconforto, um ímpeto de fuga, um calor estranho no peito.

Meu coração, esse traidor, acelerou sem minha permissão. Minhas mãos ficaram suadas. Era ridículo. Eu me sentia intimidada, tomada por alguma coisa que eu não entendia.

Então me agarrei à razão — a única arma que ainda me restava.

Observei Bashir com um olhar clínico, tentando esvaziar qualquer emoção: o porte imponente, os cabelos negros penteados para trás, o blazer caro, a calça de alfaiataria perfeita, o perfume irresistivelmente sofisticado. E aquela cicatriz que, longe de diminuí-lo, tornava-o ainda mais marcante.

Um homem assim… conseguia o que quisesse. Quem quisesse.

Rico. Influente. E seguramente acostumado a ser obedecido.

Não.

Eu não podia me enganar com ele.

Baixei os olhos, tentando recuperar o contr