Fique tranquila, Sophia. Aqui você estará segura
Deixei a carta cuidadosamente sobre o criado-mudo, ao lado do abajur aceso que espalhava uma luz suave pelo quarto. Fiquei olhando por alguns segundos para o envelope, sentindo o peso das palavras que havia escrito. Era como se cada linha fosse uma ferida aberta, uma confissão silenciosa do quanto eu estava machucada. O ar parecia pesado, denso, e até o som distante do vento lá fora me soava como um lamento
O som do vento entrou pela janela, movimentando levemente a cortina branca. Por um instante, pensei que ele fosse acordar. Meu coração disparou. Mas Zahir apenas se moveu, virando-se de lado, o rosto ainda mergulhado no sono.
Aproximei-me, respirei fundo, e deixei o olhar repousar sobre ele pela última vez.
— Adeus, meu amor — murmurei, a voz embargada.
Em seguida, saí do quarto levando apenas minhas malas e a certeza de que, mesmo partindo, uma parte de mim ficaria para sempre ali — presa entre as sombras e o silêncio daquela casa.
Ao descer as escadas, o som dos meus passos ecoav