Emmy Zack
O pavor que se espalhava pelos meus ossos era antigo, instintivo, como se um eco do passado estivesse despertando sob minha pele. Eu sabia. Mesmo sem conseguir ver, mesmo com a mente envolta em névoa, eu sabia que havia um homem ali. Algo — ou alguém — se materializara às minhas costas, e essa certeza me corroía feito fogo lento.
Mas então tudo se dissolveu.
Como se uma maré de lembranças me arrastasse, deixei de ser eu mesma. Deixei de ser presente. Tornei-me expectadora de um tempo que não me pertencia — e ainda assim, era como se tudo fosse meu.
Ela era... eu.
A mulher diante de mim, de pé sob um céu opaco, tinha o meu rosto. O mesmo corte nos lábios, os mesmos olhos marcados pela intensidade. Era como me olhar em um espelho esquecido por séculos. E, ao seu redor, ajoelhados diante dela, estavam Isaac e Zayn. Mas... não eram exatamente eles. Eram versões que jamais conheci, dobradas pelo tempo e por algo maior.
A Deusa os observava com olhos de um azul sobrenatural