Em meio ao inverno chuvoso de Foxcity — uma pequena cidade cercada por florestas e serenidade — dois jovens de mundos distintos cruzam seus caminhos por acaso... ou destino. Yuki, uma garota introspectiva e sensível, vive sob os cuidados do irmão protetor, tentando equilibrar a rotina com as lembranças dolorosas do abandono na infância e a solidão silenciosa que carrega no peito. Durante uma tempestade, um garoto desconhecido bate à sua porta: Peter, o novo vizinho, preso do lado de fora de casa. Relutante, mas movida pela empatia, Yuki o acolhe. Entre chocolate quente, roupas emprestadas e conversas tímidas à luz de lanternas, nasce entre eles uma conexão delicada — marcada por olhares furtivos, inseguranças e um leve toque de encantamento. Narrada sob a perspectiva de ambos os personagens, a história revela suas emoções mais profundas, medos, fragilidades e o despertar de um sentimento inesperado. Peter, recém-chegado à cidade, se encanta com a beleza e o mistério da garota que o acolheu, enquanto tenta compreender o peso que ela carrega no olhar. Yuki, por sua vez, dividida entre a doçura de um novo começo e o medo de confiar novamente, se vê intrigada com a presença gentil daquele estranho. Mas nem tudo são flores: o zelo excessivo do irmão, os fantasmas do passado e as responsabilidades familiares começam a se entrelaçar, sugerindo que algo maior está prestes a emergir dessa aparente calmaria.
Leer másYuki
O inverno chegou com força.
A chuva cai sem pressa, mas com constância, lavando o céu encoberto e cinzento. Relâmpagos rasgam a manhã silenciosa, e trovões ecoam ao longe, como se o mundo lá fora também estivesse inquieto. O vento uiva entre as árvores da rua, e o cheiro de terra molhada invade a casa, carregando consigo uma certa nostalgia.Do lado de fora da minha janela, o jardim de rosas está coberto por gotas de chuva. As pétalas, brilhando sob os pingos, parecem respirar com a água que as alimenta. Há algo de mágico na forma como resistem à tempestade.
Na cozinha, o som suave de uma colher contra a panela denuncia que meu irmão está preparando chocolate quente. É o tipo de cuidado silencioso que ele tem: aquecer os dias frios com gestos simples.
Enquanto ele se ocupa, sento-me à janela, observando a dança lenta da chuva. Um jazz suave preenche o quarto, criando um contraste doce com o tumulto lá fora. Enrolo uma mecha do meu cabelo nos dedos, distraída, e deixo os pensamentos me levarem para longe dali.
“Será que as flores sentem o frio?”, penso.
“Ou estariam brincando com os pingos, como crianças que não sabem o que é dor?”Sorrio sozinha. Mas o devaneio dura pouco. Sem perceber, mordo o lábio com força demais. O gosto leve de sangue me desperta, como um lembrete de que até os pensamentos mais doces podem ferir.
Meu irmão entra no quarto com duas canecas fumegantes. O cheiro acolhedor de chocolate quente espalha-se pelo ar, e por um instante tudo parece calmo, quase seguro. Sentamo-nos juntos à janela, em silêncio, observando a tempestade como dois estranhos íntimos demais para precisarem de palavras.
Depois do café da manhã, ele beija o topo da minha cabeça e diz que precisa trabalhar. É gerente de uma livraria e, como sempre, promete trazer um livro novo para mim. Desde que vim morar com ele, essa tem sido nossa rotina secreta de afeto: livros no lugar de abraços que faltam.
Despedi-me e fiquei sozinha.
A casa, ainda adormecida pela chuva, parecia sussurrar memórias. Comecei a arrumar meu quarto ouvindo música, tentando ignorar a solidão que às vezes se esconde nos detalhes. Foi então que a luz se apagou de repente. Um estalo, um apagão.
Levei um pequeno susto. No andar de baixo, a escuridão pesa mais. Desci as escadas com pressa, acendi uma lanterna e fui até a sala. O silêncio da casa sem energia era quase palpável.
E então — três batidas na porta.
Por um segundo, prendi a respiração.
Abri.
Diante de mim, um garoto completamente molhado sorria como se o temporal lá fora fosse apenas um detalhe. Ele era pardo, tinha olhos castanho-avermelhados e cabelos cacheados escuros colados à testa molhada. Seu sorriso era leve, quase tímido, e por um instante o tempo pareceu hesitar.
— Oi! Eu sou o Peter. Seu novo vizinho. — Ele acenou com a mão encharcada, ainda sorrindo.
— Yuki... — respondi, ainda surpresa. — Posso ajudar em algo?
— Meus pais saíram e... eu fiquei trancado pra fora. Esqueci as chaves em cima da cama. Será que posso esperar aqui dentro?
Enquanto falava, ele passou a mão pelos cabelos, tentando ajeitá-los, e baixou os olhos com vergonha. Havia algo de cativante na sua forma de pedir desculpas sem palavras.
Mas eu não o conhecia.
Nunca o vi antes. E estava sozinha.Mordi os lábios, hesitando. Meus olhos correram dos pés molhados ao olhar gentil. Minha mente dizia “não”, mas então um relâmpago iluminou a sala e um trovão ensurdecedor me fez estremecer.
— Eu juro que não vou incomodar... — ele disse, juntando as mãos como num pedido de clemência. O frio tremia em seus ombros, e meu coração, sempre mole, vacilou.
— Tudo bem. Entre. O tempo está horrível. — Apontei para o sofá. — Tem umas roupas limpas que eu ainda ia dobrar. Pode pegar o que quiser. O banheiro é logo subindo as escadas.
— Muito obrigado, de verdade!
Assim que ele subiu, fui direto para a cozinha.
Preparei mais chocolate quente. Mas, no fundo, minha cabeça estava a mil.“Quem é esse garoto?”
“Por que justo hoje?”Fui até a gaveta e peguei um canivete do Will. Escondi no bolso. Não me orgulho disso, mas nunca se sabe.
Quando me virei para o fogão, ele estava ali — parado na porta, me observando em silêncio.
Meu coração acelerou. Será que ele viu?
Tentei disfarçar, mas, na confusão, acabei pegando a panela quente com a mão nua. Um pequeno grito escapou dos meus lábios, e ele riu — não por maldade, mas em um reflexo de surpresa. Corei e voltei ao fogão, tentando fingir que estava tudo sob controle.
— Você está bem? — ele perguntou, aproximando-se devagar.
— Sim, só… me queimei um pouco. Nada grave.
Balancei a cabeça, disfarçando a dor, enquanto abanava discretamente a mão para aliviar a ardência. Ele abriu um sorriso gentil, pegou um pano e molhou em água fria. Estendeu para mim com o cuidado de quem entende que a dor, às vezes, não está só na pele.
— Aqui. Isso ajuda. Minha avó sempre fazia isso quando eu me queimava cozinhando.
— Obrigada — murmurei, aceitando o gesto. Sua presença era estranhamente confortável, apesar de tudo.
Fomos para a sala e nos sentamos no sofá. Estava tudo escuro. Ficamos ali, em silêncio, apenas ouvindo a chuva. Lá fora, uma verdadeira tempestade caía. Notei que ele estava inquieto, mas não comentei nada. Imaginei que, para ele, também fosse estranho estar com uma desconhecida.
Observando melhor, ele não parecia alguém ruim. Seu rosto era sereno, os olhos profundos... eu poderia me perder neles. E seus lábios, vermelhos e bem delineados, eram quase hipnotizantes. Um som de carro me tirou desses pensamentos. Ele se levantou e foi até a janela.
— A roupa do meu irmão lhe serviu perfeitamente.
— Sim, ficou ótima. Ele tem bom gosto.
— Então, Peter, né? Se mudou faz quanto tempo? Não ouvi nenhum caminhão de mudança.
— Eu e meus pais chegamos há uma semana. A mudança foi de madrugada, e não trouxemos muitas coisas — tudo coube no carro do meu pai. Os Johnson´s venderam a casa com todos os móveis.
— Ah, entendi. E o motivo da mudança?
— Foi pela minha saúde. A cidade onde morávamos era muito agitada, e eu precisava de um lugar mais tranquilo. — Dou um sorriso sem jeito.
— Você vai gostar daqui. Tem florestas lindas.
— Gosta de livros? — ele perguntou, os olhos brilhando ao notar a estante ao nosso lado.
— Muito. Meu irmão é gerente de uma livraria… e eu sou quase uma moradora fixa de mundos fictícios.
— Então você é uma dessas pessoas que vivem mais nos livros do que na realidade?
— Acho que sim — respondi, sorrindo de lado. — E você?
— Eu também. Mas, diferente de você, ainda estou tentando encontrar um livro que me prenda. Ainda não achei um lugar onde eu queira morar.
— Por que escolher só um, se existem tantos?
— Você poderia me mostrar um de seus mundos?
— Claro. Que tal um romance de época? Meu favorito é Orgulho e Preconceito.
Levantei-me e fui até a estante. Peguei o livro com cuidado e o entreguei.
— Uma história sobre amor. Se quiser tentar de novo, esse é um bom começo.
Ele o segurou com delicadeza, como se temesse amassar alguma parte da minha confiança.
— Vou cuidar bem dele, prometo.
Nesse instante, ouvimos novamente o som de um carro. Ele se levantou apressado e foi até a janela.
— São meus pais. Tenho que ir. Mas… obrigado por tudo.
— De nada. Foi bom ter sua companhia.
— Amanhã devolvo as roupas do seu irmão.
Sorri. Ele se aproximou, me deu um beijo no rosto e foi embora.
Depois que ele se foi, a casa mergulhou novamente no silêncio.
Subi as escadas em direção ao meu quarto para pegar meu casaco e um cobertor. Enquanto caminhava, ouvi um estalo, a luz finalmente havia voltado. Aproveitei a oportunidade e fui direto para a cozinha fazer pipoca. Era o cenário perfeito para assistir A Lagoa Azul pela trigésima vez.Quando o filme acabou, peguei um livro que havia ganhado recentemente. A história misturava aventura, drama, romance e fantasia. Era uma daquelas histórias que a gente começa despretensiosamente, só para passar o tempo, mas que, de repente, encontra um lugar dolorido dentro da gente.
A ninfa amava um humano. Um amor impossível, cheio de perdas e silêncios. E enquanto eu lia, era como se ela também estivesse sozinha, abandonada... Como se fosse eu. O coração dela parecia gritar nas entrelinhas. E, por algum motivo, isso me fazia sentir menos vazia.. Achei o livro tão incrível que o li inteiro de uma vez. Quando me dei conta, já eram seis da tarde.Corri para preparar o jantar: batatas sauté, bife acebolado, ervilhas e salada verde, nosso prato favorito. Foi a primeira refeição que Will fez para mim quando vim morar com ele.
Depois de tudo pronto, tomei banho e, animada, resolvi fazer também um mousse de limão.Ouço muitos barulhos vindo da porta, mas ela não se abre, a fechadura continua sendo forçada, ainda com o canivete junto a mim me aproximo aos poucos da porta
— Will...? — minha voz sai fraca.
Nenhuma resposta.A porta se abre com um estrondo. Meu coração gela.
— Sim, quem mais poderia ser? A porta estava emperrada, deve ser a umidade. — Ele dá um beijo em minha testa e sobe as escadas para o banho, e eu fiquei ali, paralisada de susto.
Logo depois, ele gritou do andar de cima:
— Yuki, de quem são essas roupas? O que aconteceu enquanto eu estava fora? Está trazendo algum namorado e não me disse nada?
— Claro que não, Willian. Você sabe que eu não sou de ter “namoradinhos”, ainda mais às escondidas. — Respondo, constrangida.
— Essas roupas não são minhas. — Ele diz, desconfiado.
— Um vizinho novo apareceu encharcado, ficou preso do lado de fora da casa e pediu abrigo.
— E você acreditou? Já disse que não se deve confiar em estranhos. Você não é uma criança! — Ele fica vermelho de raiva, seus olhos azuis puxam para o verde.
— Eu não pensei. Só… só senti que ele precisava de ajuda.
Will suspira e passa a mão pelos cabelos.
— E se ele fosse perigoso, Yuki? Não é assim que o mundo funciona.
— Eu sei. Por isso peguei seu canivete. — Minha voz falha. — Eu só… eu tentei.
Sinto um nó na garganta. Quase choro. Meu olhar denuncia o medo. Meus impulsos colocaram minha vida em risco. Ele me abraça forte.
— Eu sei que você queria ajudar, mas cuide-se. Nem todos têm o seu bom coração. Amanhã, antes de ir trabalhar, vou descobrir quem é esse novo vizinho.
Depois que me acalmo, vamos jantar. Will me ensinou tudo que sei — é um verdadeiro chef. Após o jantar, lavamos os pratos e assistimos a uma nova comédia. Rimos bastante. Gosto de passar tempo com ele. Às vezes é rígido, mas só porque quer me proteger. Na maioria das vezes, é apenas meu irmão implicante e divertido.
— Vou dormir, estou exausta.
— Boa noite, pequena. Dorme bem.
— Obrigada, você também.
Deitei esperando o sono chegar. Rolei de um lado para o outro. Vinte minutos se passaram e nada, minha cabeça simplesmente não desliga. O passado insiste em me assombrar, como um fantasma que nunca me deixa em paz. Dói lembrar que fui abandonada pelos meus pais quando tinha apenas cinco anos. Não importa o que eu faça, as vozes dentro da minha mente não se calam.
Como em todas as noites, comecei a chorar.
Era como reviver tudo, como se ainda estivesse presa naquele momento. Nada parecia capaz de apagar essa dor. Will age como se nada tivesse acontecido, como se ignorar tornasse tudo mais suportável. Ele não suporta pensar que nossos pais me abandonaram. Me tiraram da família e seguiram em frente, ficaram apenas os três, como se eu fosse um erro, um peso.
O pior de tudo é não saber o motivo. Prefiro acreditar que me deixaram para me proteger de algo terrível… ou talvez eu fosse o terrível.
Will não sabe que choro todas as noites. Não sabe que meus sorrisos são máscaras, frágeis e cansadas. fecho os olhos com força, tentando empurrar o sono para dentro de mim.
...
A noite está difícil. Sempre que fecho os olhos, os pesadelos me arrancam de volta. Acordo várias vezes, inquieta, me virando na cama como se houvesse espinhos no colchão. Meu corpo parece pesar toneladas.
Levanto-me para tomar um banho, quem sabe um choque de água fria me ajude a despertar do que parece um pesadelo acordado. Má ideia. O frio lá fora já tomou conta da casa inteira. Troco para a água quente, deixando que ela escorra pelo corpo como se pudesse lavar a dor, os pecados, o sangue invisível que sinto jorrar, mas que nunca mancha o chão do banheiro.
Esfrego minha pele até doer de verdade, até que a dor física consiga distrair a dor que vem de dentro. Minhas pernas estão arranhadas, marcadas por esse ritual silencioso que se repete noite após noite.
Volto para o quarto e me deito, mas a cama parece me repelir, é como se estivesse cheia de agulhas. Me levanto, ando pelo quarto por alguns minutos e, sem conseguir mais ficar parada, sento-me no chão para ler. São mais de três da manhã e o sono ainda não vem.
Talvez um leite quente com canela ajude.
Desço as escadas com cuidado, cruzo a sala em silêncio para não acordar ninguém. Pego o leite na geladeira, coloco na minha xícara de gato, adiciono a canela e levo ao micro-ondas por trinta segundos. Volto para o quarto, sento-me no chão e bebo devagar, sentindo o calor suavizar, ainda que por pouco tempo, o vazio.
Coloco Beatles nos fones de ouvido. A melodia me embala enquanto termino a bebida. Me deito no tapete macio, puxo a coberta por cima de mim e, finalmente, como se a tristeza tivesse se rendido ao cansaço, adormeço.
Peter Enquanto Yuki se divertia com suas amigas, Carlos e eu ensaiávamos para nossoshow, treinávamos nossa música dia e noite desde a inscrição, estava tudo maravilhoso, será nossa primeira apresentação em público, eu estava extasiado com tudo aquilo. —Está pronto para arrasar Carlos?
Yuki Os dias foram difíceis, me isolei do mundo, principalmente do Will, fiquei deitada ouvindo as músicas mais tristes que eu encontrava, sinto que me perdi e não posso voltar a ser quem eu era. Por que não lembro como eu era antes? A dor é tão grande que não cabe no peito, eu chorava o tempo inteiro. Comecei a escrever para dar alivio a minha alma. “Em meu leito me deito, Pensativa estou, As lágrimas caem, Sinto que vou me afogar. A dor tem um gosto salgado, Sinto que estou em alto mar, Estou nadando para o fundo, E lá deixo me ficar.” Will insistia para que eu me alimentasse, mesmo que não estivesse conseguindo, comecei a tentar aos poucos por ele. Alguém estava batendo na porta e Will foi atender, era Peter, corri para perto da escada e fiquei ouvindo lá de cima. Ele queria me ver, mas eu não podia vê-lo naquele momento, eu precisava de um tempo e Will sabia disso. Peter havia levado uma cesta de chocolates com uma pelúcia de unicórnio e uma carta, aquilo foi muito fofo,
Peter No dia seguinte quando acordei Yuki havia ido embora, não a vi partir, ela apenas deixou um bilhete. “Querido Peter, obrigada por ficar ao meu lado em um momento tão difícil para mim, você é um doce, preciso ficar sozinha por um tempo, preciso digerir tudo que aconteceu, assim que eu estiver melhor lhe envio uma mensagem. Ah! Não se sinta culpado, graças a você eu pude descobrir toda verdade. Fique bem,
Yuki Eu estava tensa com nossa conversa, não tinha certeza do que ele iria falar, poderia ser sobre nosso beijo, ou sobre ele ter sumido, ou sobre mim e Matheus, tantas possibilidades, isso estava me deixando ansiosa. Me senti péssima com tudo que aconteceu com ele, ele poderia ter morrido e não ter voltado mais, essa possibilidade mexeu muito comigo. Eu não acredito que confessei que sou apaixonada por ele, estou tão feliz por eleconfessar também que está apaixonado por mim, e para melhorar me convidou para sair, quero ter sentimentos só por ele, ele mexe
Peter Voltamos para casa e passei mais um dia de repouso quando voltamos, no dia seguinte fui dar uma volta pela cidade, senti saudades, tudo estava tranquilo novamente, fui tomar um café e fiquei sentado na praça, voltei para casa e uma hora depoisAyumie Carlos apareceram. —Peter, por onde você andou? Estávamos preocupados, porque não atendeu o telefone? Pensei que fora embora ou morrido.—Ayumiestava com muita raiva, eu entend
Yuki Após sair da casa do Peter fui para casa daAyumie de lá liguei para Will e disse que iria dormir lá. —Não irei aguentarAyumi, se eles me abandonaram é porque não me queriam. Então por que terão outra filha? Eles pareciam felizes. Será que quando ela estava grávida de mim eles ficaram felizes?Más Capítulos
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