O coração de Vitória se apertou na mesma hora, mas no rosto manteve-se firme e serena:
— Não fui eu. Mano, como pode pensar isso de mim?
Renato observava cada detalhe da expressão dela. Sempre se orgulhara de sua habilidade em ler pessoas, raramente errava. Mas, justamente dentro da própria família, tinha sido enganado.
Primeiro, porque Vi era extremamente habilidosa em disfarçar. Depois, porque a aura de “irmã querida” o cegara, confundindo seu julgamento várias vezes.
— Então, o sequestro recente da Beatriz, com aquele sonífero, o Pó do Êxtase... Também não foi você? — Questionou de novo, com frieza.
— Claro que não! Não fui eu! — Respondeu Vitória, com firmeza.
Renato, vendo que ela continuava negando, puxou algumas folhas de uma pasta em cima da mesa, ergueu-as diante dela e disse:
— E isto aqui? Como você explica?
Vitória olhou as páginas impressas. Eram conversas de chat. As frases lhe soaram tão familiares que não conseguiu mais sustentar a farsa. Seu rosto mudou drasticamente.