Antes, ele jamais teria coragem de alimentar um pensamento tão presunçoso, mas, naquele instante, uma esperança tênue começou a brotar dentro de Gabriel.
Mesmo que fosse uma chance em dez mil... Em um milhão...
“E se, talvez, por um acaso, quem sabe... Será que a pessoa de quem Beatriz falava no diário era... Eu?”
Apesar da expectativa crescente, continuou folheando as páginas com cuidado.
Tudo aquilo ainda era apenas dedução, e ele temia decepcionar-se.
Temia, também, ser ridículo, um narcisista delirante se imaginasse amado sem prova alguma.
Precisava de certeza, e só o diário poderia dá-la.
[Ele é muito inteligente, especialmente em física e matemática. E parece que meu método funcionou. Agora conversamos com frequência. Mesmo que seja apenas sobre exercícios, já fico satisfeita.]
[Depois de algumas conversas, percebi que ele não é tão frio e distante quanto imaginei. Toda vez que vejo uma mensagem dele, leio várias vezes em silêncio, sentindo uma alegria que não sei explicar.]
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