Enquanto lia, Gabriel também começou a se lembrar.

Percebeu que só passara a reparar em Beatriz a partir do segundo ano do ensino médio, naquela época em que ela sempre tirava notas quase iguais às dele.

No primeiro ano, quando entrara no colégio, nem sabia se Beatriz estava na mesma turma.

Ele também participara do treinamento militar, mas, naquela época, ignorava todo mundo, sem se importar com ninguém.

Agora, enquanto folheava o diário, tomou uma decisão: assim que terminasse de ler, iria investigar todos os rapazes que estudaram com Beatriz no primeiro ano.

Com certeza descobriria quem era aquele homem.

Continuou virando as páginas.

Não havia álcool para entorpecer a mente, mas ler o diário funcionava como uma distração amarga.

A cada linha, porém, o coração doía, como se espremesse um barril antigo de ciúmes, borbulhando até transbordar.

Já tinha lido quase metade do caderno, e ainda assim nenhuma pista do nome do rapaz que Beatriz amara na juventude.

Mas Gabriel se recusava a acr