Capítulo 1075
Deu mais alguns passos, devagar, como se cada movimento pesasse toneladas.

Parou diante da porta do quarto de hóspedes, o mesmo onde Beatriz dormira durante quase dois anos.

Mas, depois que Vitória apareceu, ele a expulsou dali, mandando-a para o cômodo menor, o que antes servia de depósito.

Levantou o olhar.

A porta do banheiro estava entreaberta, o interior mergulhado em silêncio.

E, como um golpe, a lembrança veio.

Beatriz, sozinha, ajoelhada no chão frio, lavando com água gelada as queimaduras que ele próprio provocara pela segunda vez.

Os olhos vermelhos, o rosto molhado de lágrimas, e a voz partida, cheia de dor, gritando para que ele sumisse da vida dela.

A cena o atravessou como uma lâmina.

O peito se contraiu, latejando.

Ele sentiu, com clareza cruel, que não passava de um monstro.

Por fim, chegou ao quarto menor, o antigo depósito.

O mesmo quarto onde Beatriz dormira antes de ir embora.

O mesmo quarto onde, agora, ele dormia.

Fechou a porta.

Encostou as costas na madeira fria
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