Mesmo que, durante aqueles dois anos, ele e Beatriz nunca tivessem desenvolvido um verdadeiro sentimento, mesmo que, ao fim do contrato imposto pelo avô dela, Beatriz tivesse se divorciado dele, ainda assim, se agora ele finalmente entendia o que sentia, teria a chance de conquistá-la de novo, de forma honesta e legítima.
Mas ele mesmo destruiu tudo.
Foi ele quem a feriu, uma vez, duas vezes, tantas vezes.
E agora, aquela mulher que nunca o amara só conseguia odiar a lembrança dele.
Perdera até o direito de tentar se aproximar.
Tudo o que podia fazer era observar, impotente, enquanto outros homens cercavam Beatriz, sorrindo, dançando e elogiando, vivendo o que ele sempre quis viver.
Gabriel fechou os olhos, sentindo o peso do destino cair sobre si.
Tudo aquilo, o fim, a vergonha, a solidão parecia uma consequência inevitável das próprias escolhas.
No fundo, ele ainda culpava Vitória.
Mas, se fosse honesto consigo mesmo, teria de admitir que nem dois anos atrás, nem dois meses atrás, te