Mas quando Letícia se preparava para desviar o olhar, percebeu que Renato realmente vinha em sua direção, e o olhar dele estava fixo nela.
A mão que descansava ao lado do corpo se fechou involuntariamente.
Ela levantou o rosto, encarando-o.
O coração começou a bater mais rápido, num compasso descompassado.
O que ele queria com ela agora?
Viera dizer o quê?
Naquela hora, ele já não deixara claro o bastante que não sentia o mesmo?
Não podia ser que tivesse mudado de ideia.
Ela mesma sabia que essa esperança era tola.
Talvez ele só viesse transmitir algum recado, que o pai dela ou Beatriz a procuravam, quem sabe.
Com esses pensamentos embaralhados, Letícia observou enquanto Renato se aproximava, passo a passo, até parar a dois passos de distância.
Ela ergueu o queixo.
O coração parecia prestes a saltar do peito.
Os dedos que seguravam a borda do banco estavam tão tensos que as juntas se tornaram brancas.
Mas nenhuma das possibilidades que ela imaginara aconteceu.
O que veio foi uma espéci