Ela realmente não conseguia entender como, ou quando, Gabriel havia se apaixonado por ela. Um mês atrás, ele ainda estava mergulhado até a alma em Vitória, numa relação pegajosa, ardente, daquelas que pareciam não ter fim.
Mesmo na última sexta-feira, quem havia dado os cinco milhões para Vitória... Fora ele.
Pensar nisso fez Beatriz recobrar totalmente a lucidez.
E mais: desmontou por completo a ideia de que Gabriel talvez a amasse.
Na verdade, quanto mais pensava, mais nojo sentia. Uma repulsa crescente tomou conta de seu corpo, ao ponto de sentir náusea e mal-estar físico.
Ela, que vivia aconselhando Letícia a não se deixar levar pelos possíveis interesses de Leonardo, agora se via envolvida até o pescoço em pensamentos e suposições semelhantes, quase perdendo o foco.
Mas não, não era recaída. Não era coração mole.
Era apenas a constatação: Gabriel jamais sentira amor por ela.
“Um homem que, um mês atrás, ainda se deitava com outra… E agora vinha chorar, dizendo que me ama? Que quer