— Sempre deixei claro: a família Pereira não pode aceitar uma mulher de caráter duvidoso como a Vitória. — Dizia o Sr. Henrique do outro lado da linha, com a voz firme e o semblante fechado.
— Quanto ao acordo... Foi uma solução ponderada. A Bia é uma jovem que eu admiro, dedicada, esforçada, de coração limpo. Dois anos de casamento talvez gerassem amor entre vocês, o que seria uma linda história. E se não acontecesse, cada um seguiria seu caminho, sem interferências.
Gabriel respondeu com a voz presa, sufocada pela mágoa:
— E eu? Em algum momento você pensou em mim? Em como eu me sentiria? O que eu representava nessa equação?
Do outro lado, o Sr. Henrique apertou os lábios e ficou em silêncio por alguns segundos antes de dizer:
— Foi justamente por pensar em você que tomei essa decisão. A Vitória não é boa pessoa. Eu só queria evitar que você fosse enganado, manipulado. Você não gostava da Bia no início, por isso achei que esse casamento de dois anos poderia ser ignorado depois. Só nã