O rosto de Gabriel se iluminou na hora. Toda a sombra que havia em sua expressão desapareceu de repente.
Ele até se levantou da cadeira, visivelmente agitado, os olhos cravados na jovem de traje formal à sua frente.
Beatriz manteve o olhar firme, na altura dos olhos, sem encarar diretamente o homem. Seu rosto estava neutro, sem qualquer emoção. Falou com frieza:
— Boa tarde, Sr. Gabriel.
Ao ouvir aquele tratamento frio e distante, uma pontada aguda atravessou o peito de Gabriel.
Instintivamente, deu um passo à frente, como se quisesse se aproximar dela.
Beatriz viu seu movimento e, por reflexo, recuou um passo para trás.
Atrás dela estava a porta. Fácil escapar, se quisesse.
Gabriel notou isso. Seus pés congelaram no lugar. Não se atreveu a avançar.
Ficou ali parado, apenas a observando.
Aquela mulher que ocupava seus pensamentos dia e noite.
Nenhuma repulsa, nenhum sinal de emoção.
A expressão dela era serena como a superfície de um lago. Mas aquilo o sufocava.
Suas mãos se fecharam e