Gabriel estava determinado: podia esperar quanto fosse necessário.
Se a caça era esperta, ele seria mais paciente ainda. Não acreditava que, com tempo e vigilância, não fosse conseguir flagrar Beatriz.
Naquele horário, quase não havia movimento. Só por volta das sete da manhã é que as pessoas começaram a aparecer.
Do outro lado da rua, na saída do metrô...
Uma mulher de terno preto surgiu entre os passageiros. Os cabelos cortados na altura dos ombros caíam simetricamente dos dois lados do rosto. Ela colocou óculos escuros e uma máscara.
Carregava a bolsa apoiada no antebraço, o queixo erguido, a postura impecável. Seus saltos pretos ecoavam no asfalto enquanto ela andava com segurança e elegância.
Era Beatriz.
Estava quase irreconhecível, totalmente preparada. Seu passo era firme, sem o menor sinal de pânico ou hesitação, mesmo suspeitando que Gabriel havia mandado alguém vigiar a área.
Na noite anterior, ela ainda ligou para o Sr. Henrique, pedindo que controlasse o neto, que parasse