Em meio a tanta contradição e confusão emocional, Gabriel foi tomado por uma raiva silenciosa. Com o semblante fechado, limpava os respingos de café da mesa com movimentos irritados.
— A Beatriz tá se achando demais… Já são quatro dias com essa pose toda. Tá até esquecendo o sobrenome, pelo visto. — Resmungou, com amargura. — Com esse gênio, se fosse em qualquer outra família, já tinha sido posta pra fora. Não tem nome, não tem herança, e ainda não sabe valorizar o posto de Sra. Pereira. Tem uma boca, mas não sabe usar. Se não sabe conversar, pra que serve essa boca, afinal? A culpa é toda dela, mas age como se o mundo inteiro devesse alguma coisa para ela. Francamente...
As palavras saíam como veneno. Gabriel jogava cada frase como se fosse uma descarga de frustração acumulada, jogando toda a culpa nela.
Rafael, parado ao lado, assistia à transformação do Sr. Gabriel em um verdadeiro “marido rancoroso”. Ele não parava de resmungar, feito uma alma penada, despejando mágoa em cada frase