Gabriel olhou fixamente para a porta, sem reação, como se tivesse levado um tapa invisível.
“Encarar o que sente?”
O que aquilo significava?
Desde quando ele não encarava seus sentimentos?
Arrependimento?
Do que ele se arrependeria, afinal?
Que piada.
Gabriel nunca se arrependeu de nada na vida.
Nada.
Pegou o documento que estava ao seu lado, mas, por mais que tentasse, não conseguia se concentrar. Acabou colocando o celular bem no centro da mesa, à sua frente, como se isso garantisse que não perderia nenhuma ligação.
Mas, durante as horas seguintes, todas as chamadas que recebeu eram de funcionários, nenhuma da pessoa que ele, de fato, esperava.
Do outro lado da cidade, em plena tarde.
Beatriz caminhava tranquilamente entre os balcões de maquiagem ao lado de Letícia. Compraram cosméticos, perfumes, depois bolsas e alguns acessórios. Encerraram o passeio com um bom churrasco.
O celular de Beatriz voltou a vibrar sobre a mesa. Ela lançou um olhar rápido para a tela e virou o aparelho co