— Pode ir embora, eu fico mais um pouco. — Disse Gabriel, sem levantar os olhos.
Rafael nada pôde fazer além de obedecer. Ao sair, comunicou a situação ao mordomo.
No andar, os seguranças ainda estavam de plantão. Rafael os viu e pensou que já não havia necessidade de tamanha vigilância.
O Sr. Gabriel de agora transmitia a sensação de uma terra devastada por um incêndio: calcinada, sem vida.
Ele não entendia... Teria sido por causa do embate com o Sr. Henrique, ao ignorá-lo e optar por colaborar com Renato?
Mas o que mais o intrigava era o fato de Gabriel sequer visitar o hospital. Dias atrás, não desgrudava de Beatriz, quase como se respirasse ao lado dela.
No hospital particular, no quarto de Beatriz.
O mordomo relatava a Henrique o que Rafael lhe transmitira. O velho senhor ouviu sem demonstrar emoção.
— Isso não é ótimo? — Disse, seco. — Não incomoda mais a Beatriz, não fala em se matar e ainda por cima se dedica ao trabalho. Aumenta a eficiência.
— Eu temo que, se continuar assim,