No caminho para a festa, Romeu mantinha os olhos fixos na estrada, as mãos firmes no volante, mas sua mente estava em outro lugar. A imagem de Isabella entrando na sala ainda o perseguia. A fantasia de pirata, com aquela saia de babados, o colete justo e o batom vermelho escuro, havia acertado algo dentro dele como um soco que ele não esperava.
Ele tentou disfarçar, jogar com a ironia de sempre, chamando sua escolha de “criativa” com aquele tom que sabia que a irritava. Mas, por dentro, ele estava desarmado. Ela parecia uma tempestade vestida de seda e couro, e ele, que sempre se orgulhou de manter o controle, sentiu algo escapar.
Quando ela entrou na sala, ele quase deixou o copo de uísque que segurava escorregar. O chapéu de pirata inclinado, o delineador marcando os olhos dela como se fossem uma arma, a confiança que transborda em cada passo, tudo isso o pegou desprevenido. Ele tentou se esconder atrás da fachada de James Bond, o smoking impecável, a pose de quem está no comando.
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