Romeu não conseguia tirá-la da cabeça. Desde o instante em que a vira emergir da água, a pele dela brilhando sob a luz difusa da piscina, o corpo curvilíneo se revelando por entre as ondas e as cicatrizes marcando sua pele como fragmentos de uma história que ele nunca ouviu, Isabella o perseguia. Ela, tão... mulher. Tão diferente da figura apagada que ele imaginava quando pensava na esposa com quem dividia um sobrenome, mas não a vida.
Naquela manhã, decidiu procurá-la. Queria esclarecer, dizer que não era nojo o que havia em seu olhar, mas surpresa. Encantamento e certamente desejo. Mas ao bater na porta do estúdio, foi recebido com o silêncio duro e indiferente de sempre. Ela não queria vê-lo.
Mais tarde, foi obrigado a vê-la. O avô, inflexível como sempre, havia imposto um jantar de aparências naquela noite. A imprensa andava murmurando sobre o casal recluso, e ele queria fotos, sorrisos, uma imagem pública perfeita. Romeu estava de pé ao lado da mesa, consultando o relógio, quando