POV Eva Monteiro
Era quase 20h quando terminei de organizar tudo. Ainda não tinha público, mas o bar já estava liberado pros ambulantes, e eu aproveitei pra subir, testar o som, me familiarizar com os equipamentos. Respirei fundo. Tava na hora de virar a chave
.
Troquei a roupa.
Agora não era mais Eva Monteiro, a brasileira tentando sobreviver em Avermoor. Agora eu era ela. PlasticDoll.
Meu corpo vestia atitude. Coloquei o look ousado, justo, com recortes que deixavam a pele brilhar sob as luzes. A meia arrastão, as botas de cano longo, o top vermelho vinho cravejado de pedrarias e o casaco de vinil aberto. Um soco visual. O tipo de imagem que gruda na retina.
Eu não queria passar despercebida. Nunca mais.
Subi no palco. Fechei os olhos por um segundo. Respirei. E me conectei com cada botão, cada fader, cada frequência.
Hélio, o diretor de som, subiu logo depois
— Vamos deixar essa mesa tinindo.
— Fica à vontade — ele respondeu, ajeitando uns cabos.
Testei os graves, equalizei meu